Alumínio fulereno quase tão duro quanto aço

Mais leve e mais forte que o alumínio convencional, o novo material terá, entre outros usos, aplicações nanoespaciais

Pesquisadores russos adicionaram nanopartículas especiais de carbono ao alumínio e criaram uma nova liga que é aproximadamente três vezes mais forte do que os compósitos convencionais, só que muito mais leve.

As nanopartículas são fulerenos, moléculas em forma de bola de futebol formadas por 60 átomos de carbono dispostos em estruturas esféricas tridimensionais - por isso eles são chamados de C60.

Recentemente a Nasa encontrou fulerenos no espaço, que se tornaram as maiores moléculas já encontradas fora da Terra.

Alumínio fulerenoE o novo alumínio superduro poderá ter aplicações aeroespaciais, além permitir a melhoria do desempenho de compressores, turbinas, motores e equipamentos de tomografia.

Como os fulerenos influenciam muito pouco a condutividade elétrica do alumínio, cabos elétricos feitos com o nanoalumínio poderão ser mais finos, economizando materiais e permitindo a fabricação de motores menores e mais compactos.

Alumínio nanoestruturado
Os fulerenos, que são carbono puro, têm uma elevada estabilidade mecânica e um peso muito baixo. Eles foram adicionados ao alumínio em uma atmosfera de argônio, formando minúsculos grãos metálicos com um diâmetro de apenas alguns nanômetros - daí a especificação do novo material como alumínio nanoestruturado, ou nanoalumínio.

Esses grãos são obtidos com o uso de um moinho planetário especial, que tritura o alumínio juntamente com as moléculas de C60, até atingir uma granulometria muito fina. O alumínio superduro é obtido por meio da compressão mecânica desse pó.

A adição ao alumínio de apenas 1% em peso de moléculas de fulereno é suficiente para dar ao material uma dureza três vezes superior à dos compósitos mais comuns no mercado.

Supercondutores e motores
O material poderá ser utilizado para revestir cabos supercondutores, melhorando sua estabilidade, permitindo, entre outras aplicações, a criação de equipamentos de ressonância magnética mais potentes.

O material também promete compressores e motores mais eficientes, além de turbinas de aviões com rotores mais leves, permitindo que se alcance velocidades mais altas.

O desenvolvimento do nanoalumínio superduro foi feito por pesquisadores do instituto TISNCM (Technological Institute for Superhard and Novel Carbon Materials), nas proximidades do Moscou, com financiamento da empresa Siemens, que deverá comercializar o novo material.


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