Mesmo com Pibinho, arrecadação é recorde

Mesmo com Pibinho, arrecadação é recorde

Os brasileiros nunca pagaram tantos impostos em um primeiro semestre. Segundo dados da Secretaria da Receita Federal, no acumulado do ano até junho, a arrecadação bateu em R$ 543,9 bilhões, um recorde para o período. Apesar do resultado positivo, o crescimento comparado a 2012 foi pequeno, um avanço de apenas 0,49%. O fraco desempenho da economia, a pior rentabilidade das aplicações financeiras e as desonerações dadas para estimular o país foram barreiras para um resultado melhor. Ainda assim, para o ano, o Fisco mantém a estimativa de expansão do recolhimento entre 3% e 3,5%.
 
A arrecadação total de junho ficou em R$ 85,6 bilhões — cifra 1% menor do que a observada no mesmo mês de 2012. Foi o pior junho desde 2007, antes da crise financeira mundial. Segundo Carlos Alberto Barreto, secretário da Receita, a alta real neste ano e o novo recorde só foram possíveis devido ao recolhimento extraordinário de R$ 4 bilhões do PIS, do Cofins, do IRPJ e da CSLL em decorrência de depósitos judiciais e da venda de participação societária. Ainda de acordo com os dados divulgados ontem pelo Fisco, sem essas operações, o resultado seria negativo no acumulado de 2013.
 
O lento crescimento da arrecadação foi influenciado pela forte volatilidade dos títulos públicos nos últimos meses, que atrapalhou a receita com aplicações financeiras. E, também, pelas desonerações, que até junho alcançaram R$ 35 bilhões. Para Barreto, os programas de concessões podem afetar positivamente o recolhimento, mas indiretamente. Ele explicou que os investimentos e a contratação de trabalhadores, além da compra de produtos e serviços, a partir dessas concessões, podem se tornar fatos geradores de tributos. "Todo investimento é fato gerador para a arrecadação", afirmou.

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