Eólica é a principal alternativa

Fonte: Energéticas - 05/06/07

Sem bacias hidrográficas para a construção de hidrelétricas e enfrentando o problema quase constante da falta de disponibilidade de gás natural - que pode comprometer até a implantação da sua primeira siderúrgica - o Ceará tem os ventos como principal alternativa de fonte de energia. Apesar de ser mais cara (o kilowatt instalado é de US$ 1,9 mil, contra US$ 550,00 da hidrelétrica e US$ 700,00 da termelétrica), essa fonte ganha na relação custo-benefício, considerando as particularidades do Estado.

Essa é a opinião do diretor de infra-estrutura da Companhia de Desenvolvimento do Ceará (Codece), Adão Linhares. Segundo ele, a alta do petróleo, a inconstância do mercado de gás natural e a dificuldade cada vez maior de instalação de novas hidrelétricas deve funcionar como um estímulo para o crescimento da energia eólica não só no Brasil como em outros países. "Hoje ela representa 4% da matriz mundial. Mas a tendência é que ela chegue a 20% até 2020", acredita.

Para se ter uma idéia, no caso da hidrelétricas, como não existe mais espaço para grandes usinas na região Nordeste, o custo para construir linhas de transmissão de regiões vizinhas até aqui já fariam a eólica ficar mais viável economicamente.

No Ceará, segundo ele, a energia gerada a partir da força dos ventos, com 17,4 MW instalados, representa apenas 1% de tudo que é consumido no Estado. Com mais 500 MW que passarão a ser gerados até 2008, o percentual irá subir para 4%. Mesmo assim, continua muito pouco diante da produção de 35 mil MW que, calcula-se, seria possível usando todo o potencial disponível. A expansão, no entanto, não depende apenas dos esforços do governo estadual. "A atribuição constitucional de planejar e prover energia é do Governo federal", conclui Adão Linhares.

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