Welle Laser desenvolve novo processo de soldagem

Técnica é capaz de soldar em velocidade até sete vezes maior

A empresa catarinense Welle Laser está desenvolvendo um novo processo de soldagem para dutos de petróleo. A técnica é capaz de soldar em uma velocidade sete vezes maior em relação ao modelo convencional. O processo utiliza técnicas convencionais em conjunto com o laser.

Na soldagem convencional, o ângulo formado entre as chapas é de 60º, já no processo desenvolvido é possível soldar em 12º e a uma velocidade de 1,6 metros por minuto, na soldagem do aço API 5L X-70. Esses valores foram alcançados na soldagem de dutos e devem estar em pratica a partir de 2013 na Petrobras. Outra vantagem apontada pelo Rafael Bottós, diretor da empresa, é a pequena dissipação do calor, que se restringe a área da solda.

Os diretores da empresa Rafael e Gabriel Bottós, trabalharam com laser durante a faculdade no Laboratório de Mecânica de Precisão (LMP) da Universidade Federal de Santa Catarina e estudaram no Instituto Frauhofer, na Alemanha, que desenvolve inúmeras pesquisas com a utilização do laser. Com esta experiência adquirida e de olho no crescimento da extração de petróleo no Brasil, os irmãos resolveram apostar em pesquisas na área. “Na Petrobras, quase todas as operações necessitam de soldagem”, enfatiza o engenheiro mecânico.

A parceria com o Instituto Frauhofer continua e os testes das pesquisas são realizados quatro vezes por ano na Alemanha.  A partir do próximo ano os testes serão feitos no Brasil, com o equipamento que chegou no Brasil em novembro e será instalado no LMP.  O custo foi de R$ 1 milhão e este é o maior equipamento de laser da América Latina. “A burocracia para a liberação do equipamento foi muito grande. Tivemos que assinar um documento garantindo que não usaríamos para fins militares”, conta Bottós.

A empresa também possui um contrato com a OSX e está desenvolvendo um projeto específico para eles, neste caso para soldagem de chapas metálicas para navios e que exige mudanças principalmente na automação do sistema óptico.

Rafael explica que a logística da aplicação ainda não está definida, mas o objetivo da empresa não é vender um produto, e sim, o serviço. Com a tecnologia nova, em um processo que reduz em 80% do material de soldagem, também é necessário elaborar os parâmetros de qualidade da solda. “Nas normas da Petrobras não há nada estabelecido para este tipo de solda, porque é tudo novo, então nós também estamos desenvolvendo estes parâmetros”, diz o diretor.

O desenvolvimento das pesquisas iniciou em 2009, com investimentos da empresa. Em 2010 a empresa ganhou um edital da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e possibilitou altos investimentos. Com o edital, os investimentos este ano alcançaram R$ 2,5 milhões, 80% deste valor com origem do Finep. Este ano a empresa ganhou outro acionista, o atual presidente da European Laser Institute e chefe de departamento do Fraunhofer Institut ILT, Stefan Kaierle.                         

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