TI acelera desenvolvimento de produtos

Desenvolvimento integrado com mobilidade. Essa é a mais nova aposta para os usuários de programas de gestão de ciclo de vida de produtos (PLM, na sigla em inglês). E como não há lugar mais apropriado para se fazer apostas do que Las Vegas, nos Estados Unidos, é exatamente na capital mundial dos jogos de azar que essas novas tendências estão sendo demonstradas, no congresso Siemens PLM Connection, que nesta semana reúne mais de 2 mil desenvolvedores e usuários desses sistemas.

O evento é realizado pelo maior fornecedor mundial dessas ferramentas, a Siemens PLM, que tem 6,7 milhões de licenças de uso de seus programas, como NX e Teamcenter, que integram o desenvolvimento de produtos no mundo virtual, hoje vendidos para 70 mil clientes em 80 países. Em mais de uma centena de apresentações e seções de treinamento, estão sendo demonstradas em Las Vegas as principais funcionalidades e evoluções desses softwares, que do projeto à manufatura estão promovendo uma verdadeira revolução na forma e na velocidade de pensar e produzir – e a indústria automotiva é um dos principais beneficiários do uso intensivo da tecnologia da informação em seus projetos.

Com o aumento da complexidade dos projetos e da manufatura, ganham importância cada vez maior os programas que integram todas as decisões de todos os envolvidos em torno do desenvolvimento de produtos. “Decisões inteligentes criam produtos melhores. Nosso negócio é fornecer as ferramentas para fazer isso acontecer de maneira eficiente”, resumiu Chuck Grindstaff, chefe de tecnologia (CTO) da Siemens PLM Software. A indústria automotiva é um bom exemplo dessa complexidade: “O processo de construção de um veículo nunca foi tão complexo, por isso esse setor precisa de muita inteligência virtual para reunir e fazer funcionar bem algo como 250 decisões diferentes, de vários departamentos, do conceito do veículo à forma como fabricá-lo”, explica Grindstaff.

TI melhora inovação
“Existe grande conexão entre o uso intensivo de tecnologia da informação e novos produtos bem-sucedidos”, diz Grindstaff, baseado em uma pesquisa feita sobre o tema pela Harvard Business Review Analytic Services, que com o patrocínio da Siemens PLM entrevistou 1.214 empresas globais de diversos setores, para saber como a TI impacta atualmente o desenvolvimento e manufatura dos produtos.

A principal conclusão da pesquisa é que as empresas estão usando a TI para aumentar a eficiência de suas atividades de pesquisa e desenvolvimento, como maneira de ganhar vantagem em um mundo cada vez mais competitivo – e quem não investe nisso está perdendo terreno. Desde 2008, 55% das companhias disseram que usaram a TI como tática principal para aumentar a velocidade do desenvolvimento de produtos; e 86% afirmaram que terão novos produtos em seus portfólios nos próximos dois anos. Para mais da metade, aumentar a taxa de inovação para ganhar competitividade é a principal prioridade deste ano.

Ficção e realidade Imagine a seguinte cena: um engenheiro visita um fornecedor para tratar da fabricação de um novo componente. Ele consulta o seu tablet de segunda geração (menor e mais leve que uma revista), conectado com todos os demais engenheiros da companhia e seus sistemas de desenho industrial, como CAD e CAM, integrados por programas como NX e Teamcenter. Basta acessar o projeto e puxar o item na tela entre as diversas peças – que pode vir acompanhado até do nome com uma pequena foto do responsável por aquela parte. Imediatamente, on-line, está tudo ali: peso, medidas, materiais, preço e todas as imagens em três dimensões.

O fabricante capta as especificações em seu sistema e entra no mesmo grupo virtual de desenvolvimento cooperativo, tudo em alta definição. Dias depois a engenharia terá desenhado o produto e o cliente retornará alterações e validações – talvez até usando outro I-Pad para isso, durante um voo mais longo a trabalho. E todos, da engenharia ao departamento de compras, passando pelo marketing e outras áreas envolvidas, ficam sabendo de tudo que está acontecendo, em tempo real.

O que parece ficção científica já é realidade. Desenvolvimento de produtos e tecnologia da informação são hoje parceiros inseparáveis, que guiam a evolução de diversos setores. É assim que produtos de fabricação complexa, como automóveis, podem sair dos computadores para a vida real em menos de dois anos – contra mais de cinco anos pouco tempo atrás. E as possibilidades parecem infinitas, pois agora, com os modernos dispositivos portáteis sem fio, os engenheiros já podem fazer parte disso andando por aí, ganhando tempo em clientes, fornecedores ou caminhando na fábrica.