Empresas contratam mais, mas formação é essencial

O ano passado foi um período de recordes, muitos números se mostraram os maiores dos últimos tempos: a produção industrial cresceu 10,5%, o PIB 7,5% (ambos em comparação a 2009) e o Nuci alcançou 84,9%. O número de empregos na indústria também faz parte deste grupo, com crescimento de 3,4% em comparação com 2009 - é o maior índice desde 1986. E as empresas pretendem contratar ainda mais durante este ano, para poder crescer e conseguir alcançar, ou até mesmo ultrapassar, os patamares de lucro de 2008.

Seguindo a ideia de que para crescer é preciso produzir e para produzir é necessário ter mão-de-obra, as empresas que querem aumentar seu rendimento estão destinando parte dos investimentos para novas contratações. É o caso da Cimhsa, especializada na venda de máquinas para usinagem, que, para alcançar os 20% de crescimento na comparação com 2010 estabelecido para este ano, vai investir em infra-estrutura e mão-de-obra. "Iremos aumentar a nossa estrutura interna, desde investimento em barracões novos e contratação e investimento em nosso pessoal", explica Vinicius dos Santos Cordeiro, gerente de vendas. "Esse ano iremos trabalhar para chegar em valores aproximados de 2008", reforça.

No caso da Korloy, importadora de máquinas-ferramenta, o objetivo é focar na mão-de-obra especializada, principalmente de pessoal técnico. "Temos planos bastante consistentes para investimentos em pessoal técnico especializado e promoções pontuais em mercados emergentes no Brasil, como, por exemplo, workshops e seminários técnicos para clientes e usuários", diz o diretor Helio Sesso. A meta da empresa é crescer 25% "e aumentar significativamente a participação no mercado de Ferramentas para Usinagem".

A taxa de desemprego em 2010 ficou em 6,1%, mais um recorde, sendo o valor mais baixo desde 2003. Segundo informações do IBGE, esse resultado mostra que o país já se recuperou completamente da crise mundial, pelo menos na questão da desocupação.

Mão-de-obra especializada
As vagas de emprego estão aumentando, mas cada vez mais as empresas exigem capacitação profissional dos novos funcionários. Segundo a CNI, a falta de mão-de-obra especializada é o terceiro maior problema enfrentado, atualmente, pela indústria, ficando atrás somente da alta tributação de impostos e da forte competição de mercado.

Para tentar suprir essa necessidade de pessoal treinado, algumas instituições costumam oferecer cursos técnicos nas regiões onde a absorção destes profissionais é alta, como em pólos industriais. Pode não ser a solução para o problema, mas, ao menos, ameniza a situação.

O presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Timbó-SC (Simmmet), Edvaldo Ângelo, afirma que "o grande desafio do setor para 2011 é desenvolver melhor a competência profissional. Nossas empresas estão carentes disso. Existem muitas universidades, mas ainda falta pessoas com curso técnico. Se colocar no jornal procurando por um administrador ou engenheiro, muitos profissionais aparecem. Mas se buscar um técnico para manipular um torno CNC ou equipamento mais sofisticado, não encontra". Ângelo também destaca o trabalho desenvolvido pelo Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), instituição que oferece cursos técnicos em diversas áreas. Segundo ele, a entidade “tem tentado cobrir essa lacuna”.


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