Offshore deslancha no Brasil

Indústria naval fomenta os negócios de importadores de máquinas e equipamentos

Foto: Divulgação

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rcado de petróleo e gás, apontado pelo Governo como "chave para a independência econômica do Brasil", impulsiona também o setor de bens de capital.

As grandes descobertas de petróleo e gás na camada pré-sal na costa brasileira trazem consigo uma volumosa demanda de fornecimento para a indústria naval. Isso inclui também o setor de máquinas-ferramenta e equipamentos, em especial as máquinas de corte, conformação e navipeças.

Empresários do setor já identificaram esta fatia de mercado e, ainda que timidamente - levando em consideração o período pós-crise - se movimentam a fim de preencher essa lacuna. Em 2010, fornecer e/ou aumentar o fornecimento para este mercado será uma das metas das grandes companhias do setor.

A alemã Messer Cutting Systems, empresa com representação no Brasil há mais de 20 anos, comercializou este ano só para o estaleiro Atlântico Sul, em Suape, no Pernambuco, nove máquinas de corte de plasma e oxicorte. O estaleiro é considerado o maior do hemisfério sul. "Além do Atlântico Sul, fornecemos para outro estaleiro em Itajaí, em Santa Catarina. Para 2010, 20% das máquinas comercializadas pela Messer serão para indústria naval", prospecta o CEO da Companhia no Brasil, Ralf Dippold. A relação da Messer com a indústria naval perdura por mais de uma década e aponta números entusiasmantes. De 1996 a 2008 a empresa comercializou 560 máquinas de corte em todo o mundo, destas 61 foram para estaleiros.

Enquanto alguns buscam expandir seus negócios junto a indústria naval, há os que buscam abocanhar uma fatia deste mercado. A também alemã Trumpf é uma delas. Líder em seu mercado de atuação - tecnologia a laser de aplicação industrial - a corporação aposta na eficácia e agilidade da automação para ingressar no mercado de petróleo e gás.

"Ou a indústria naval brasileira abraça a automação, ou não dará conta da demanda gerada pela exploração de petróleo e gás nas costas brasileiras", argumenta Walter Mello, diretor de Vendas da Trumpf Brasil. Mello faz ainda um comparativo da indústria naval nacional com as do Exterior, especialmente as asiáticas. "Nosso maior estaleiro é capaz de produzir nove embarcações por ano, enquanto a Hyundai, na Coreia, produz 70", exemplifica.

Esbarrando o perfil nacional de "optar pela mão-de-obra barata" na construção de navios, a Trumpf desenvolveu estratégias de marketing e comercial ofensivas, a fim de convencer seus potenciais clientes das vantagens da implementação dos sistemas automatizados e da sua tecnologia a laser. Após a conquista de grandes clientes, a companhia pleiteará fornecedores das partes interiores dos navios e plataformas, como banheiros, cozinhas, alojamentos, entre outros. "Vemos o mercado naval brasileiro como muito promissor".

Na mesma rota da Messer e da Trump segue a Flow Latino Americana. A companhia representa no Brasil a Flow International Corporation, empresa norteamericana com mais de 40 anos de atividade e atuação em mais de 45 países. No Brasil desde 1999, a filial brasileira atende os mercados emergentes em toda a América Latina com máquinas de corte a jato de água e preparação de superfície.

Segundo o coordenador de Vendas da Divisão de Hidrojato da Flow Latino no Brasil, Marco Canton, a companhia tem participado ativamente desde o início no processo de manutenção de navios e todo tipo de embarcações, plataformas, estruturas metálicas de grande porte, tubulações, parques de tanques de armazenamento, etc. "As possibilidades são grandes e a variedade de aplicações do processo de hidrojateamento tem se mostrado, ao longo dos anos, confiável e economicamente viável, pois substitui com vantagem os processos anteriormente utilizados que não contemplavam as questões de segurança, saúde e meio ambiente", afirma.

A companhia vê o mercado naval offshore não só como oportunidade de expansão e desenvolvimento econômico para o Brasil e, consequentemente para a empresa, mas também a chance de desenvolver entre as empresas do setor uma competitividade saudável.

"Com a perspectiva do pré-sal e as volumosas exigências de mercado é fomentada uma competitividade crescente e acelerada que poderá ser bastante positiva, pois certamente é o estímulo necessário para trazer novas tecnologias e desenvolvimentos, visando a melhoria da qualidade, aumento da produtividade, preocupação com o meio ambiente e benefícios sociais provenientes de um aumento significativo da oferta de postos de trabalho", conclui o diretor geral da Companhia, Marcos Ribeiro.

 


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