Blaser Swisslube aguarda recuperação

Companhia espera para este ano o fim dos estoques e retomada das atividades da indústria de autopeças

Fotos: Abimei

Junto com as grandes empresas que comercializam máquinas, a fornecedora suíça de fluidos para usinagem Blaser Swisslube sentiu uma forte queda nos negócios por conta da crise financeira. Apesar disso, enxerga no mercado nacional um terreno fértil para expandir negócios.

O gerente geral da empresa, Carsten Witthüser, afirma que a companhia ainda tem muito trabalho pela frente na indústria brasileira. “Muita gente se preocupa apenas em comprar uma máquina boa e não se dá conta de que o desempenho dela está totalmente relacionado à qualidade do fluido e outros acessórios que trabalham em conjunto”, alerta.

Segundo o executivo, o produto comercializado pela Blaser tem grande influência no desempenho de uma máquina. Em primeiro lugar, está ligado diretamente à qualidade de vida do operador, que pode ter problemas de pele e irritações nos olhos e olfato se o fluido tiver substâncias químicas nocivas. O ferramental da máquina também fica exposto a um desgaste precoce quando trabalha com material sem qualidade e, por fim, a máquina passa a exigir manutenção com maior frequência e pode ficar parada por problemas causados pela emulsão.

“Grande parcela do mercado avalia a compra de um fluido comparando seu preço por litro, mas é muito mais importante analisar de forma geral, vendo o quanto um bom produto pode reduzir o custo nestas três variáveis. Acaba sendo muito mais vantajoso”, explica Witthüser. O profissional conta que o número de fluidos sem qualidade no mercado têm diminuído, mas ainda existem alguns com substâncias químicas nocivas e até cancerígenas. Por isso, a qualidade do material deve ser levada em conta, já que o custo é muito maior quando uma máquina ou operário para de trabalhar.

No Brasil desde 2001, a Blaser tem buscado cumprir a missão de levar aos clientes, além do produto, esta nova preocupação. A subsidiária local foi parte da estratégia de internacionalização da empresa, que chegou a países com grande mercado para o setor metal-mecânico, abrindo plantas na Índia e China. “Temos representação em cerca de 50 países e fábricas na Suíça e Estados Unidos”, conta o gerente. As novas unidades auxiliaram no aumento de competitividade da empresa, que passou a contar com esta estrutura para otimizar a produção e a logística.

A companhia septuagenária teve início com a fabricação de graxas e lubrificantes para diversos setores e, apenas nos anos 70, especializou-se em fluidos para usinagem. “Esse é o nosso diferencial. Produzimos tecnologia especifica para fluidos que são usados em centros de usinagem, com o objetivo de aumentar a produtividade das máquinas”, destaca Witthüser.

Firmada no país, a empresa trabalha para ganhar ainda mais o mercado local. Uma das maneiras de conquistar espaço é desenvolver produtos com preços mais acessíveis ao mercado. “Temos óleos vegetais, minerais, sintéticos e semissintéticos. Estamos investindo fortemente nos dois últimos para ganhar destaque, já que esse setor tem forte competitividade nos custos”, explica.

O gerente vê os negócios da companhia como um termômetro direto do aquecimento do mercado. “Com a queda no volume de material usinado na indústria, fomos impactados de forma significativa pela crise”, conta ele. Para os próximos meses a expectativa é de uma melhora lenta, mês a mês, e de fechamento para o ano ainda superior ao de 2007. “Percebo que, com a redução dos estoques do setor automotivo, a cadeia de autopeças vai voltar a trabalhar com força e teremos nova demanda”, acredita.

O executivo projeta que 2010 será ”mais calmo”, mas ainda não deposita nele grandes expectativas. “Será um ano de crescimento moderado e cautela por conta da crise. O susto foi grande e acaba ficando na memória das pessoas”.

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