Máquinas agrícolas têm queda nas vendas por falta de crédito

Foto: Globo Rural

Indústria do setor acredita que restrições dos agentes financeiros são o principal entrave para a recuperação do mercado    

As vendas no mercado interno de máquinas agrícolas continuam em queda. No acumulado de janeiro a maio de 2009, em comparação com o mesmo período de 2008, houve queda de 7,3%, passando de 20,3 mil para 18,8 mil unidades vendidas, de acordo com dados divulgados pela Anfavea - Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores.

A principal preocupação dos representantes das montadoras está voltada para a falta de crédito dos produtores. Milton Rego, vice-presidente para máquinas agrícolas da Anfavea, afirma que os agentes financeiros estão muito restritivos, e que, por isso, os fabricantes não estão conseguindo vender. Com casos de inadimplência de produtores do Centro-Oeste, a liberação de novos financiamentos fica mais restrita. 'A pergunta que fica é se o produtor vai ter crédito para renovar suas máquinas. Nós não sabemos', diz o gerente de marketing da New Holland, Eduardo Nunes.

Em função disso, cresce a importância dos programas de incentivo governamentais para o setor, como o Mais Alimentos (federal), o Pró-Trator (em São Paulo) e o Trator Solidário (no Paraná). 'A continuidade dos programas do governo é fundamental para que a indústria pelo menos se mantenha nos níveis encontrados até o momento', afirma o diretor de marketing da Valtra, Jak Torreta Jr.

Para o próximo semestre, Torreta acredita em uma melhora na produção de cana-de-açúcar, sendo assim, os produtores que utilizem tratores vão poder voltar a fazer investimentos no final da safra. Já para Nunes, da New Holland, a expectativa é que haja, em Mato Grosso, uma redução nas plantações de algodão e um aumento nas de soja. O que implicaria para o produtor a necessidade de comprar colheitadeiras indicadas para a nova cultura.

Em relação à queda de 50,8% nas exportações - no acumulado de janeiro a maio de 2009, comparado ao ano anterior - Milton Rego, da Anfavea, afirma que os números se relacionam com o cenário do Mercosul, principal destino dos embarques brasileiros. 'O que acontece é que países como Argentina e Uruguai estão passando por uma seca muito grande, responsável pela queda da demanda por máquinas agrícolas.'