Preço final das máquinas deve cair cerca de 20%

Redução de tributos busca estimular compra de equipamentos nacionais e modernização de parques industriais

Foto: Divulgação

O governo federal deve anunciar, na próxima semana, a redução de tributos para o setor de máquinas industriais, que vai desonerar em cerca de 20% o custo final dos equipamentos no País. A medida prevê estimular a compra de equipamentos nacionais e modernizar o parque industrial.

Na segunda-feira, representantes da Abimaq (Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos), CUT (Central Única dos Trabalhadores) e CNM (Central Nacional dos Metalúrgicos), se reúnem, em Brasília, com o presidente Lula para tratar do assunto.

"A intenção é obter crédito imediato para a compra dos equipamentos. Propomos a isenção do Confins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) e do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) por quatro meses", explicou Carlos Alberto Grana, presidente da CNM.

Quando se compra uma máquina industrial no Brasil, paga-se inúmeros tributos, entre eles, 6% de Confins, valor que é reposto com 24 meses de produção. No caso do ICMS, que representa aproximadamente 12% do preço final, a reposição ocorre em 48 meses.

"Queremos o incentivo imediato. Não se trata de uma renúncia fiscal e sim, de um tipo de empréstimo", destacou Grana.

Segundo o sindicalista, inúmeros investidores deixaram de ampliar o parque industrial depois do início da crise financeira internacional. "Podemos estimular o retorno desse investimento para fazer com que a economia do país circule de forma mais efetiva. Uma vez que, com mais máquinas, a produção cresce, os empregos aumentam e o consumo, por sua vez, tende a ser mais efetivo", destacou o presidente da CNM.

Empregos

Para a Abimaq e as centrais sindicais, uma das condições mais importantes da medida é a garantia de empregos. "A isenção tributária será opcional, mas o empresário que optar pela compra de equipamentos com o benefício nos próximos quatro meses deve se comprometer a manter empregos e salários. Acreditamos que é uma forma de girar a economia e proteger os funcionários", explicou Grana.

Cerca de 250 mil trabalhadores fazem parte do setor de bens de capital no país e podem ser protegidos com a aprovação da medida.

Segundo o presidente da CNM, os boatos de uma possível isenção de impostos causaram estagnação no setor. "Os empresários deixaram de comprar desde janeiro, quando começou a se cogitar a hipótese do benefício. A expectativa causou queda nas vendas, portanto a medida é mais do que necessária".

Segundo Grana, o governo de São Paulo sinalizou a favor da medida. "Só precisamos do aval do presidente".

Além do incentivo fiscal, a proposta também inclui a ampliação do uso do cartão do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). "Queremos que o cartão também possa ser usado para abater dívidas fiscais e trazer muitas empresas de volta a adimplência", destacou Grana.

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