Máquinas e armas devem elevar resultados da Taurus

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A despeito das incertezas da economia, a Forjas Taurus espera um 2009 melhor do que o ano passado. "Do meu ponto de vista, vai ser o melhor ano da companhia", diz o diretor de Relações com Investidores da empresa, Edair Deconto. Segundo ele, a crise - que prefere chamar de ajuste - impacta de formas diferentes as divisões do grupo, mas o resultado final tende a superar o exercício anterior em virtude de um melhor desempenho nos negócios de armas, carro-chefe do faturamento, e de máquinas. A produção de armas já cresceu 15% em 2008 sobre 2007 e, este ano, deve ser 30% maior.

A explicação está no crescimento da demanda nos EUA, onde a Taurus deve ganhar participação, mas também no mercado interno. "No Brasil, o governo federal, estados e municípios estão investindo muito em segurança pública", diz Deconto. O novo patamar do dólar também ajuda na receita das exportações.

A área de máquinas, segundo ele, já tem na carteira produção contratada até outubro, o que já garante um crescimento de 30% na receita em comparação com todo o ano passado. E o que vier depois é lucro. A demanda é puxada principalmente pelos setores de construção pesada e fornecedores para o segmento de petróleo e gás.

A retração mais significativa deve vir da venda de capacetes para motocicletas. A Taurus produziu ano passado cerca de 2,2 milhões de unidades e acredita que chegará a 1,65 milhões este ano. "Voltaremos ao nível de 2007", afirma Deconto, ressaltando que a venda de motocicletas no Brasil este ano, em virtude do freio no crédito, será inferior a 2008.

Com isso, a empresa postergou o início da operação da fábrica que construiu na Bahia. A unidade deve rodar apenas em 2010. A divisão de forjados, de menor peso na receita da Taurus, projeta uma queda de 22% na receita líquida este ano, causada principalmente pela retração da indústria automobilística.

O grupo planeja para este ano investimentos de R$ 28,5 milhões, principalmente na fábrica de armas, em Porto Alegre. As empresas Taurus encerraram 2008 com um lucro líquido de R$ 55,1 milhões, 26,4% a mais do que 2007. O grupo registrou ainda a maior receita bruta de sua história, um total de R$ 724,3 milhões, o equivalente a um crescimento de 38,2% ante o exercício anterior.

A receita líquida foi de R$ 599,2 milhões, 39,6% a mais, e o Ebitda subiu de R$ 88,6 milhões em 2007 para R$ 128,6 milhões ano passado. As exportações cresceram 24,3% e alcançaram US$ 97,1 milhões. As vendas externas - principalmente de armas - e de capacetes no mercado interno impulsionaram os resultados do ano. No quarto trimestre do ano passado o lucro líquido foi de R$ 11,6 milhões, abaixo dos R$ 15,3 milhões do mesmo período de 2007. O faturamento bruto nos três últimos meses do ano passado foi de R$ 191,7 milhões, ante R$ 67,6 milhões no exercício anterior. O Ebitda subiu de R$ 24 milhões para R$ 39,6 milhões.

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