Brasil precisa discutir a necessidade de neoindustrialização, diz presidente da Abimaq

Gino Paulucci Jr., presidente do Conselho de Administração Abimaq, diz que debate sobre neoindustrialização é estratégia importante para aumentar competitividade no mercado global

Em um mundo em constante evolução, a indústria brasileira enfrenta um desafio importante: adotar a neoindustrialização como abordagem para fortalecer sua posição no mercado global. É o que defende Gino Paulucci Jr., presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). Ele destaca que a neoindustrialização vai além da simples reindustrialização, envolvendo a incorporação de novas tecnologias e valores à manufatura tradicional.

“A neoindustrialização é diferente da reindustrialização, pois envolve agregar novos valores e novas tecnologias à manufatura tradicional e pode se constituir uma estratégia importante para o Brasil se tornar mais competitivo no mercado global. No entanto, é preciso um planejamento cuidadoso e investimentos em tecnologia e inovação para aumentar a eficiência da produção”, escreveu Paulucci Jr. em um artigo publicado no site da Abimaq.

Segundo o presidente do Conselho de Administração da Abimaq, o objetivo é tornar a indústria brasileira mais inovadora, eficiente, sustentável e integrada ao mercado internacional. Para alcançar esse objetivo, será necessário um planejamento cuidadoso e investimentos em tecnologia e inovação para aumentar a eficiência da produção.

De acordo com o Portal da Indústria, a neoindustrialização é definida como "o processo de modernização e evolução da indústria, enfatizando inovação, compromisso ambiental e integração com cadeias produtivas internacionais." Isso está alinhado com políticas industriais modernas, orientadas por missões, que buscam abordar grandes desafios da sociedade, como as mudanças climáticas e o acesso à saúde de qualidade.


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No entanto, a neoindustrialização enfrenta diversos desafios no Brasil. Um deles é a necessidade de uma reforma tributária que simplifique processos, incentive a inovação e desonere as exportações e os investimentos produtivos. Além disso, a infraestrutura física e digital do país precisa ser melhorada para reduzir custos de transporte, logística e comunicação. Isso inclui investimentos em rodovias, ferrovias, portos, aeroportos e redes de internet.

Outro ponto crucial é a qualificação da mão de obra industrial. “Para que a reindustrialização do país se torne uma realidade, é preciso melhorar a qualidade da educação básica e profissionalizante, além de incentivar a formação superior nas áreas científicas e tecnológicas”.

Paulucci também destaca a importância de um ambiente de negócios seguro, com regras claras, especialmente em relação à taxação de matéria-prima. Mudanças abruptas nesse aspecto podem desestabilizar setores produtivos, como o de máquinas e equipamentos.

“Dessa forma, consideramos oportunas ações que envolvam a articulação entre governo, setor privado e a sociedade, com a finalidade de promover o desenvolvimento e bem-estar da sociedade brasileira”, finaliza.