Mercado de equipamentos agrícolas deve crescer 22% até 2026 no Brasil

Recordes na produção de grãos, impulsionado por demanda e rentabilidade, impulsiona setor de máquinas e equipamentos agrícolas

O setor nacional de máquinas e equipamentos agrícolas deve crescer 22% e registrar mais operações de fusões e aquisições (M&A) nos próximos três anos, segundo projeção realizada pela Redirection International, consultoria especializada em fusões e aquisições e desenvolvimento corporativo. O estudo, feito a partir de modelos econômicos e estatísticos desenvolvidos pela equipe econômica da empresa e com base em dados oficiais, aponta que as vendas do setor devem passar de 71 mil unidades, em 2023, para 86,4 mil, em 2026.

“O cenário da indústria agrícola para 2023 apresenta tendências positivas, com expectativa de recordes históricos na colheita de grãos, principalmente no Paraná e nas regiões Sudeste e Centro-Oeste do Brasil. Além disso, há previsão de aumento no valor da produção e nos índices de confiança do agronegócio, o que vai impactar positivamente o mercado de máquinas e equipamentos nos próximos anos”, explica o economista Adam Patterson, sócio da Redirection International e um dos responsáveis pelo estudo.

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Demanda

O levantamento destaca que o crescimento da população e da demanda por alimentos, o aumento da rentabilidade e da inovação no campo, a escassez de mão-de-obra e a expansão da agricultura de precisão e da mecanização são os principais fatores que devem impulsionar o setor nos próximos anos. “O mercado de equipamentos agrícolas, tanto de fabricação quanto de locação, apresenta perspectivas bastante positivas no Brasil. Com o início do ciclo de redução na taxa de juros e previsão para mais reduções ainda neste ano, os investimentos em ativos fixos devem ser intensificados e, com isso, o mercado projeta um crescimento mais robusto, em torno de 10%, a partir do segundo semestre deste ano”, ressalta Adam Patterson.


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Com as boas perspectivas para o agro de um modo geral, a tendência é que as atividades de fusões e aquisições no setor também sejam impactadas. De acordo com o e levantamento da Redirection, globalmente o volume transacionado de M&A no setor aumentou em 2022 e os múltiplos de valorização das empresas estão em alta. No Brasil, essa tendência também é observada no setor que, somente nos três primeiros meses deste ano já movimentou R$ 1 bilhão em transações, valor maior do que o registrado em todo o ano passado.

As transações no agro registradas até abril de 2023 representam 3,8% do total de operações de M&A no país, enquanto no mesmo período de 2021 representava apenas 1,5% e, em 2022, 1,9%.

Já no segmento específico de máquinas e equipamentos agrícolas, observa-se que cada vez mais as grandes empresas nacionais estão investindo em M&A nos últimos anos. Entre as transações destacadas no estudo estão a aquisição da Tietê Veículos pela Vamos em abril e a compra da Agrofito Case pelo grupo norueguês Nors em janeiro deste ano. “É um mercado bastante fragmentado, com mais de 3 mil empresas atuando no Brasil, sendo que menos de 10% delas apresentam faturamento acima de R$ 50 milhões e 86,5% se concentram em apenas cinco estados brasileiros. Além disso, há o desejo de players globais e nacionais de ampliar rapidamente a participação neste mercado, o que deve acelerar as atividades de M&A nos próximos anos”, destaca Adam Patterson.