Desempenho das pequenas indústrias têm recorde no 1° trimestre

Resultado é o melhor desde o início da série histórica, iniciada em 2012, de acordo com a CNI

O Índice de Desempenho das micro e pequenas indústrias superou as expectativas no primeiro trimestre deste ano, registrando uma média de 44 pontos, de acordo com os dados do "Panorama da Pequena Empresa", divulgados pela Confederação Nacional de Indústrias (CNI).

O resultado é o melhor desde o início da série, em 2012, considerando tanto o período do ano, quanto a média histórica. O terceiro mês do ano foi responsável por elevar os resultados do trimestre, pois março registrou 46,6 pontos, enquanto janeiro e fevereiro alcançaram 42,6 pontos e 42,7 pontos, respectivamente.

"O resultado positivo desse grupo também se deve aos investimentos que essas micro e pequenas indústrias têm feito, se equipando com tecnologia mais avançada, para lidar com a falta de insumos que têm impactado o setor, se preparando, inclusive, para produzi-los no Brasil e abastecer o mercado", comenta o economista e presidente-executivo da Abimei (Associação Brasileira dos Importadores de Máquinas e Equipamentos Industriais), Paulo Castelo Branco.

Embora o desempenho tenha apresentado alta no período, houve uma queda no índice de Situação Financeira, que leva a margem de lucro operacional como base para cálculo, além da situação financeira e do acesso ao crédito. O indicador recuou de 3,7 pontos na comparação com o quarto trimestre de 2022, passando de 43 para 39,3 pontos nos três primeiros meses deste ano.  

O levantamento também apontou quais são os principais problemas enfrentados pelos empresários da Indústria de Transformação, no qual a "elevada carga tributária" figurou na primeira posição do ranking (39,1%), seguida da "demanda Interna insuficiente" (30,4%) e "falta ou alto custo de matéria-prima" (24,9%).

Embora o desempenho da indústria tenha apresentado melhora no último trimestre, de acordo com o especialista, os problemas apontados pelos empresários na pesquisa revelam que o segmento precisa urgentemente de uma reforma tributária. "Embora o setor seja responsável por uma parcela significativa do PIB, cerca de 30%, ainda carece de incentivos para o seu desenvolvimento", comenta Castelo Branco.