Setor de Petróleo e Gás é a terceira principal atividade econômica do Brasil

País ocupa a 21ª posição no ranking mundial de reservas provadas e ainda tem capacidade para explorar 93% das bacias sedimentares

Não é novidade que o setor de Petróleo e Gás é um dos mais relevantes da indústria mundial, afinal, além de alimentar as principais matrizes energéticas por meio do petróleo e gás natural, a cadeia setorial é muito mais abrangente e rica. Para deixar mais claras as diversas oportunidades de investimento no mercado e demonstrar o valor que a indústria tem para a economia do país, a EY e o Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) elaboram um levantamento que reforça a importância do setor para economia, por meio da geração de riquezas e do desenvolvimento tecnológico.

“O principal objetivo do conteúdo foi levantar e analisar dados públicos para entender a relevância que o Petróleo e Gás tem para o Brasil. O País tem uma geologia privilegiada e está em um momento de mudança econômica e precisa aproveitar essa janela de oportunidade para monetizar suas reservas e ampliar sua capacidade produtiva”, ressalta Marcos Bonfim, sócio de consultoria para o setor de Petróleo e Gás do Centro de Energia e Recursos Naturais da EY. 

Brasil: reservas abundantes e baixo índice de concessões

No mercado brasileiro, o setor de Petróleo e Gás ocupa o terceiro lugar no ranking das principais atividades econômicas e é o quarto colocado em relação às exportações. Esses fatores fazem com que o setor desempenhe um relevante papel para o alcance de superávit comercial. “Em 2017, por exemplo, caso fossem excluídas as receitas advindas do petróleo e de seus derivados, o saldo da balança comercial, seria de US$ 45,8 bilhões. O setor de Petróleo e Gás adicionou 21,2 bilhões de dólares a esse volume – ampliando o resultado em 46%”, afirma Bonfim.

Os dados reforçam que o Brasil possui reservas de Petróleo e Gás em abundância, mas subutilizadas: mesmo com as descobertas do pré-sal, apenas 7% de toda a extensão das bacias sedimentares brasileiras foram exploradas.


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“O caderno busca resumir um longo estudo feito pela EY em colaboração com o IBP a partir de diferentes bases de dados disponíveis e, com isso, esperamos que melhore materialmente o conhecimento a respeito da indústria no Brasil”, destaca José Firmo, presidente do IBP.

Força de trabalho predominantemente brasileira

O setor tem impacto significativo no mercado de trabalho nacional. É o que demonstra o recorte com o perfil dos profissionais: atualmente, 99% dos profissionais são brasileiros e há previsão para que a oferta de empregos dobre até 2022, alcançando o total de 873 mil profissionais em atuação.

A geração de renda também é outro ponto de destaque, já que os empregos gerados pelo setor fornecem salários, em média, 3,8 vezes maiores do que a média salarial da indústria brasileira. Para 2022, a estimativa de geração de renda é de 65 bilhões de reais.

Setor de destaque na arrecadação nacional

No Brasil, o mercado de Petróleo e Gás configura o 1º lugar do setor industrial no que diz respeito a arrecadação de impostos federais. De 2007 a 2017, por exemplo, foi gerado mais de R$ 1,4 trilhão em arrecadação e a expectativa é de que na próxima década, outro trilhão seja arrecadado por meio de tributos, participação especial, bônus e royalties.

Hoje, 77% da arrecadação do governo federal com o setor vem de tributos. Apenas em 2017, se forem somados os tributos federais (R$ 167 bilhões), e estaduais (R$ 79,2 bilhões), o setor de Petróleo e Gás teve uma participação total de 4,78% do total. Mesmo assim, estima-se que a coleta proveniente dos bônus dos leilões da ANP em 2017 e 2018 tenha alcançado, ao menos, R$ 28 bilhões.

Futuro do setor e a transição energética

Seguindo a demanda global impulsionada por uma série de medidas regulatórias - como o Acordo de Paris, as fontes renováveis de energia deverão representar 46% da matriz energética brasileira em 2040. Para isso, o gás natural - fonte de baixa emissão de CO2 - terá um papel fundamental a desempenhar.

O combustível já viabiliza o uso de fontes renováveis, garantindo um suprimento energético estável diante da intermitência dessas fontes, como hidráulica, solar e eólica. A diversificação no setor alinhada aos avanços na área de infraestrutura (incluindo transporte, processamento e escoamento), deverão ajudar a sustentar o aumento da demanda por gás natural.

O levantamento elaborado pela EY e IBP reforça que o setor de Petróleo e Gás está consciente de que terá um papel fundamental na transição energética para as matrizes renováveis. Prova disso são os resultados dos últimos leilões de energia, que já contaram com uma redução de fontes como carvão, diesel e óleo combustível.