FCA inaugura centro de crash test de R$ 40 milhões em Betim

Investimento garante autossuficiência de 100% para o desenvolvimento local de veículos

A FCA (Fiat Chrysler Automobiles) inaugurou oficialmente na quarta-feira, 17, seu primeiro centro de crash tests na América Latina – e terceiro no mundo. Foram investidos R$ 40 milhões nas novas instalações de 7,6 mil metros quadrados dentro do Polo Automotivo Fiat, em Betim (MG), onde já trabalham 50 engenheiros que vão realizar diversos tipos de testes de colisão para validar os padrões de segurança de todos os projetos de veículos que serão fabricados no Brasil ou mesmo em outras unidades do grupo no exterior. 

O novo Safety Center confere à FCA Latam autossuficiência para desenvolver 100% de projetos de novos veículos na região. Essa evolução começou em 2003 com a inauguração do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Giovanni Agnelli, quando a Fiat começou a projetar localmente boa parte dos carros produzidos no País. 

“Era o último elo que faltava no nosso processo de desenvolvimento local. Com o novo Safety Center poderemos agilizar muito todos os projetos desenvolvidos aqui”, afirmou Marcio Tonani, diretor de engenharia e desenvolvimento da FCA Latam.

Segundo o executivo, até agora, para fazer a validação final dos projetos os carros eram enviados para provas de colisão em laboratórios da FCA em Turim, na Itália, ou Detroit, nos Estados Unidos – e também para centros terceirizados na Espanha e Inglaterra. “Esse processo levava no mínimo dois meses. Agora terminamos um protótipo e já podemos testá-lo aqui mesmo, com grande economia de tempo”, explica. 

Processo completo

Para se ter ideia da evolução da capacidade de desenvolvimento local da Fiat no Brasil, em 1996, quando a subsidiária brasileira participou de seu primeiro projeto global, o Palio, apenas 5% do modelo passou pelas mãos da engenharia local que contava com não mais de 300 engenheiros. Hoje, 2 mil pessoas trabalham no desenvolvimento local de produtos no País e a FCA é capaz de projetar qualquer carro do primeiro traço do design até o carro final destruído no bloco fixo de concreto de 140 toneladas instalado ao fim da pista de colisão do Safety Center. 


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Cada novo produto passa por três ciclos de testes antes de ser validado para ser produzido em série – e sempre que uma nova geração ou versão é lançada, o carro precisa passar por novos crash tests. Dependendo da idade de cada veículo, as simulações feitas no Safety Center custam de R$ 200 mil a R$ 500 mil – para modelos novos o custo é maior. 

O Safety Center tem pista de 130 metros para a “corrida da colisão”, com capacidade de realização de testes de impacto de até 4 toneladas a 100 km/h. A área pode simular grande variedade de situações com provas físicas que avaliam a estrutura do automóvel, a calibração dos airbags e os sistemas de retenção dos ocupantes (cintos de segurança). Para isso o centro conta com centenas de sensores e acelerômetros que são instalados no carro antes da batida, bonecos (dummies) de diversos tamanhos que vão no interior para simular o comportamento do corpo humano durante o “acidente”. Cada simulação é filmada por câmeras de alta velocidade capazes de gravar 1.940 frames por segundo, em imagens que depois são analisadas pela equipe de engenheiros que passou três meses em treinamentos na Itália e Alemanha.


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