Mercopar mostra a evolução no caminho da Indústria 4.0

Evento termina hoje (7), em Caxias do Sul, Rio Grande do Sul.

Com frequência cada vez maior ouve-se que o futuro bate à porta, que o ontem já está superado pelo amanhã e que tudo está em constante transformação. Ainda que se mencione a palavra “futuro”, esse contexto já é tratado como a mais pura e pulsante realidade. Não é diferente no universo industrial e o que temos hoje, em nome do conhecimento e da revolução, é o que se denomina de Indústria 4.0. A difusão desse conceito e de sua prática é um dos enfoques mais emblemáticos da 25ª Mercopar, sendo destaque no Salão da Inovação que ocorre dentro da feira. Também tratada como a quarta Revolução Industrial, a Indústria 4.0 busca concentrar os mundos real e virtual por meio do investimento em tecnologias que geram uma série de benefícios às empresas como flexibilidade na produção, customização e diversificação dos produtos, pequenos lotes de produção e rastreabilidade instantânea. Enquanto a 1ª Revolução Industrial foi marcada pela Automação, a 2ª pela Produção em Massa e a 3ª pelos processos tecnocientíficos, a 4ª tem como destaque a interação. A Mercopar começou na terça e segue até esta sexta-feira, 7 de outubro, em Caxias do Sul, das 14h às 21h.

Essa experiência tem sido proporcionada aos visitantes da Mercopar. A partir de um aplicativo, com um óculos 3D, é possível visualizar um processo de produção. Esse mesmo processo é reproduzido em um outro espaço de forma real. Isso possibilita o entendimento do visitante de todas as etapas de produção de uma peça, por exemplo, com a aplicação do conceito Indústria 4.0. “Queremos sensibilizar o empresário para esse contexto sinalizando a possibilidade de crescimento através desse conceito”, explica a técnica de Gerência de Soluções do Sebrae/RS, Marie Christine Fabre.


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Competitividade

A aplicação do conceito, segundo Marie, permite que as empresas se tornem mais competitivas e que gerem mais oportunidades. Assim, é preciso que o empreendedor entenda o quanto o conceito engloba inovações que se refletem em automação, controle e tecnologia da informação com uso maciço de conceitos ciber-físicos, da internet das coisas e computação em nuvem, resultando na visão e execução de fábricas mais inteligentes. Assim, os visitantes do Salão da Inovação têm a oportunidade de interagir e conhecer a planta produtiva real operando com base nos seis principais pilares da Indústria 4.0: Interoperabilidade, Virtualização, Descentralização, Adaptação de Produção, Orientações a Serviços e Sistemas Modulares. Além disso, o visitante tem à sua disposição, durante a feira, a consultoria de técnicos do Sebrae que explicam como a Indústria 4.0 pode ser implantada.

Importante destacar, ainda, que esse conceito pode ser aplicado a indústrias de qualquer porte, desde que, em primeiro lugar, o empresário saiba identificar a sua necessidade. “Para se ter uma ideia, estamos implantando esse conceito em uma grande montadora de automóveis e também em uma empresa de pequeno porte que atua no segmento plástico”, afirma o especialista em Pesquisa e Inovação do Instituto Senai de Inovação, João Alvarez Peixoto. Segundo ele, não é preciso que se aplique os seis preceitos da Indústria 4.0 de uma só vez. “O importante é saber a necessidade. Na verdade, esse conceito não é uma novidade absoluta, o que está mudando é a forma de aplicá-lo”, salienta Peixoto.

Envolvido com o universo de máquinas e equipamentos, o coordenador executivo do Arranjo Produtivo Local Eletroeletrônico de Automação e Controle (APL), através da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Ciro Copello, foi um dos que ouviu a explanação de Peixoto no Salão da Inovação. Ele reforça a afirmação do especialista no que se refere a importância de o empresário identificar não somente a sua necessidade, mas também desenvolver e colocar em prática o planejamento. “As empresas ainda são reticentes quanto à inovação, temem as novidades, mas antes de se lançarem ao novo, precisam planejar cada passo que será dado, do contrário, aceitar esse novo pode ser desastroso”, considera Copello.