Moody's alerta para vulnerabilidade de emergentes por aumento de dívida externa; destaca Brasil

Em comunicado, agência alerta que, apesar de indicador ser baixo no contexto global, proporção da dívida externa em relação ao PIB vai continuar crescendo se a economia contrair mais.

A agência de classificação de riscos Moody's disse nesta quarta-feira (20) que as economias emergentes estão ficando cada vez mais vulneráveis a choques externos após uma década de aumento da dívida, destacando que na América Latina, as dívidas cresceram mais rapidamente no Brasil e no México.

No relatório, a Moody's disse esperar que o crescimento econômico global permaneça fraco no médio prazo e que os preços das commodities fiquem baixos por vários anos, o que deve afetar a receita em dólares e acumulação de reservas de países exportadores de commodities.

"O potencial de desaceleração no fluxo de capitais, caso os juros nos Estados Unidos continuem a subir, também exacerbaria a situação da dívida nas economias emergentes", disse a Moody's documento.

A dívida externa total dos mercados emergentes e de fronteira --definida como a dívida de residentes em um país com não residentes-- quase triplicou de 3,0 trilhões de dólares em 2005 para 8,2 trilhões de dólares o final de 2015, disse a Moody's, acrescentando que o aumento foi liderado pelo setor privado.

Desde 2005, segundo a Moody's, a dívida externa privada cresceu a um ritmo anual de 14,3 por cento, comparado a 5,9 por cento da dívida externa do setor público.

Segundo o comunicado, a dívida no Brasil é que cresce mais rapidamente na América Latina levando a relação entre a dívida externa e o Produto Interno Bruto (PIB) para 38 por cento em 2015, ante 22 por cento em 2005.

"Apesar de ser um nível relativamente baixo dentro do contexto global, a proporção vai continuar crescendo se a economia do Brasil contrair mais", disse a Moody's no relatório