Resultado da primeira edição da Feimec agrada organizadores

A Feira Internacional de Máquinas e Equipamentos aconteceu na última semana, em São Paulo.

A primeira edição da Feira Internacional de Máquinas e Equipamentos (Feimec) terminou no último sábado (7) com resultados que agradaram os organizadores do evento. Durante quatro dias, mais de 33 mil pessoas passaram pelos corredores do São Paulo Expo Exhibition & Convention Center, o antigo Centro de Exposições Imigrantes, na capital paulista. A Rodada Internacional de Negócios movimentou mais de U$ 10,5 milhões

O Projeto Comprador, organizado pelo Programa Brazil Machinery Solutions, parceria entre a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), reuniu 17 compradores do exterior e movimentou negócios de mais de mais de US$ 10,5 milhões.

A ação de promoção comercial, denominada Projeto Comprador, foi organizada pelo Programa Brazil Machinery Solutions. Os executivos estrangeiros vieram da África do Sul, Cazaquistão, Chile, Colômbia, México, Egito, Peru, Quênia e Rússia. Eles estiveram reunidos com cerca de 40 empresas nacionais fabricantes de máquinas e equipamentos, totalizando mais de 250 reuniões.

Expectativas alcançadas

Carlos Pastoriza, presidente do Conselho de Administração da Abimaq, destaca que a feira aconteceu num momento fundamental para a recuperação do ambiente econômico, tendo em vista a definição do cenário político. “A Feimec projeta um novo ciclo de crescimento e de retomada dos investimentos. Ela representa um novo modelo de evento de negócios para a indústria de máquinas e equipamentos, em que o foco está nas necessidades dos expositores, no desenvolvimento do setor e na inovação tecnológica”, diz Pastoriza.

Patrocinadora da feira, a Romi considera que sua participação atingiu a expectativa em termos de visitação de clientes no estande e vendas imediatas. Porém, o que mais chamou a atenção do CEO da empresa, Luiz Cassiano Rosolen, foi o incremento de oportunidades futuras. “Nós notamos que muitos clientes estão dispostos a voltar a investir e desengavetaram projetos. Temos várias visitas agendadas e muito trabalho pelas próximas semanas”, comemora o executivo.


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A Feimec reuniu 500 marcas expositoras nacionais e internacionais. Entre elas estiveram importantes players de diversos segmentos que compõem a indústria de bens de capital mecânico: automação e robótica, compressores, impressão 3D e manufatura digital, metrologia industrial e medição, acionamentos, redutores e motores, tecnologias industriais de ponta, máquinas-ferramenta, máquinas de corte e conformação, entre outros.

Imagem: Divulgação/ Feimec

Visitação

Durante quatro dias, a feira recebeu a visitação de 33.400 executivos, engenheiros, compradores, técnicos, outros profissionais do setor e estudantes. Grandes empresas compareceram ao evento para conhecer os lançamentos e fazer negócios como as marcas expositoras, como é o caso da Embraer, de praticamente todas as montadoras instaladas no País – GM, Ford, Mercedes Benz, Honda, Hyundai, Volkswagen, Scania, Toyota, Peugeot – e de diferentes setores da economia, como Brinquedos Bandeirante, Caterpillar, ThyssenKrupp, General Eletric, Rhodia, Nestlé, Electrolux.

Joel Nascimento, gerente da Sensata, visitou a feira atrás de novidades e oportunidades de negócios. Além de checar os lançamentos do mercado, Nascimento buscou naquele ambiente oportunizar novos negócios no setor de componentes eletroeletrônicos, em que atua. “Busco novas oportunidades para vender nossos produtos a fabricantes locais”, conta. 
Para o técnico da Embraer, Leonardo César Morette, a feira é uma chance de encontrar soluções tecnológicas e novos parceiros de trabalho. “Buscamos soluções do mercado e possibilidades de integração, produtos diferenciados que nos ofereçam ganham de produtividade”, diz.

Manufatura Avançada

O destaque do evento, sem dúvida, ficou por conta da demonstração da Manufatura Avançada. Iniciativa inédita no Brasil, a fábrica modelo apresentou o funcionamento de uma linha de produção autônoma e inteligente. Formada por seis robôs integrados com centros de usinagem e equipamentos de gravação a laser, Internet das Coisas, Inteligência Artificial, Identificação por Radiofrequência (RFID), Big Data e outros recursos, a demonstração de Manufatura Avançada trabalhou ininterruptamente durante os cinco dias da feira. Os visitantes puderam acompanhar ao vivo e gratuitamente o processo de fabricação de um acessório para escritório customizado que une as funcionalidades de porta-lápis e porta-celular.

Presidente da Abimaq, Carlos Pastoriza, acompanha demonstração da Manufatura
Avançada em estande especial da Feimec. Imagem: Divulgação/ Feimec

Para o gerente de marketing da SKA, Gabriel Diehl Fleig, a demonstração da Manufatura Avançada é bom para seus negócios. Ele explica que o conceito da Indústria 4.0 já é rotina para a venda dos produtos que oferece ao mercado industrial. “Já vendíamos isso, mas não com esse nome. Como filosofia e gestão de trabalho da SKA, isso já existia”, conta. Entretanto, Fleig reconhece que a conscientização do tema de maneira geral é interessante para seus negócios. “Não estamos longe disso. Muitas vezes só falta alguém ir lá fábrica e juntar os pontos [para se chegar a uma Manufatura Avançada]”, comenta.  

Embora o diretor-presidente da Trumpf, João Carlos Visetti, lamente uma divisão das feiras setoriais, referindo-se à Feimec e à Mecânica, ele elogiou a estrutura do evento. "O São Paulo Center oferece vantagens de localização, estacionamento e vai abrigar um centro convenções hoteleiros. A cidade precisava de um complexo de eventos com esse porte", diz. Outra ponto elogiado por Visetti foi a presença maciça de estudantes na Feimec, já que essa é uma excelente oportunidade de o 'futuro da indústria' conhecer inovações e direcionar suas escolhas. O diretor-presidente da Trumpf, que também é engenheiro, lembrou que, quando estudante, aproveitava as feiras para ter esse tipo de contato com o produto. Visetti acredita que falar sobre Manufatura Avançada seja importante, porém entende que ainda seja necessário mudar a cultura industrial e educacional do Brasil, para assim alcançarmos uma Indústria 4.0 de fato.