Digitalização pode impulsionar competitividade brasileira, mostra estudo

Levantamento feito pela Siemens e pela Fundação Dom Cabral tem como bases pesquisa realizada com 250 participantes que representam segmentos estratégicos da economia brasileira.

CEOs, CIOs e especialistas em Tecnologia das principais empresas brasileiras acreditam que a digitalização aplicada à Indústria, Energia e Infraestrutura pode aumentar a competitividade do Brasil e impulsionar seu desenvolvimento econômico. Este é um dos destaques do estudo Digitalização, Tendências e Soluções para um Brasil mais Competitivo, desenvolvido pela Siemens, em parceria com a Fundação Dom Cabral (FDC), que marca os 110 anos da fundação da Siemens no Brasil. 

O estudo foi baseado na análise dos dados coletados de indústrias e empresas de infraestrutura brasileiras e comparados pela FDC aos resultados dos Relatórios Globais de Competitividade. A pesquisa inicial coletou respostas de 250 participantes, que representam segmentos estratégicos do mercado brasileiro, a exemplo de setores automotivo, de mineração e siderurgia, química, serviços públicos, de transmissão de energia, eletro e eletroeletrônicos, e alimentos e bebidas. 

De acordo com Carlos Arruda, reitor adjunto da Fundaç& atilde;o Dom Cabral e coordenador, no Brasil, do Anuário de Competitividade Mundial, do IMD, e do Relatório Global de Competitividade, do Fórum Econômico Mundial, após os ciclos das commodities e do consumo doméstico, há uma percepção de que o Brasil está em um período de transição, e que isso pode ser utilizado como uma oportunidade para preparar o país para um novo ciclo de desenvolvimento baseado em tecnologia. "A questão crucial é: o que virá agora?" 

No geral, a digitalização é percebida como um fator importante para aumentar o desenvolvimento econômico, com 85% dos entrevistados acreditando que ela aumentará nossa competitividade, especialmente em termos de produtividade industrial e gerenciamento de energia. Os benefícios estão relacionados principalmente à utilização efi ciente dos recursos, tomada de decisão e eficiência energética (90-95%). 


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O estudo mostra ainda que a estratégia digital, a gestão de dados e o desenvolvimento de processos virtuais já estão moldando a agenda dos executivos brasileiros, especialmente nos setores automotivo, de energia e químico, com 72% dos entrevistados que contam com estratégias digitais afirmando que o processo de implementação está bem avançado, especialmente nas indústrias que fazem uso intensivo de tecnologia, como o automotivo e químico, além de concessionárias de energia. 

Arruda observa também que o profissional de TI, anteriormente associado à manutenção da infraestrutura das empresas, hoje está assumindo um papel mais ativo no desenvolvimento de projetos e na prestação de apoio às áreas de produç&at ilde;o, em processos em alinhamento com os departamentos de estratégia e com as estratégias gerais das empresas. De acordo com a pesquisa, a área de TI é responsável por 73% das decisões de estratégia digital. A pesquisa mostra ainda que as estratégias apresentadas estão relacionadas a: Controle (23% para a indústria e 40% para infraestrutura); Automação (17%); Processos/ Digitalização da Informação (14%) e Gerenciamento de Dados (14%). 

O professor Carlos Arruda adverte que, embora haja crescente entusiasmo pela digitalização, o foco atual não são os temas-chave relacionados ao que mais importa, com 71% dos entrevistados dizendo que, apesar de terem uma estratégia destinada a aumentar sua eficiência, ainda não têm indicações claras de como implementá-la. "Não há uma vi são clara sobre os resultados e nem de como utilizá-la de forma produtiva nas empresas. Acreditamos que este tema deva ser abordado de forma mais estratégica e que os seus benefícios são ainda maiores do que os esperados", afirma Arruda. 

Como muitos países ao redor do mundo estão focados no fortalecimento de suas indústrias, no aumento de sua produtividade e na eficiência, e melhorando suas infraestruturas com base na digitalização, "há uma percepção crescente que Brasil não deve perder a oportunidade de diminuir essa brecha", observa o economista. "Os países mais competitivos do mundo estão abraçando o novo paradigma da digitalização. Este é o momento propício." 

O estudo também mostra que entre os desafios para implementar uma estratégia digital, 55% identificaram o med o de roubo de dados ou espionagem industrial, enquanto que 52%, a falta de condições diferenciadas para investimentos. Com relação às barreiras internas, 57% apontaram a cultura da empresa, 53% os custos operacionais e 52% a dificuldade em quantificar os benefícios. Para 54% das grandes empresas, um grande desafio é a integração de novas tecnologias e software. Já 53% das pequenas empresas indicam a dificuldade de analisar grandes quantidades de dados. 

Apesar da desaceleração da economia brasileira, Joe Kaeser, presidente e CEO da Siemens AG, acredita no potencial brasileiro para o crescimento sustentável. "Neste ano de transição, o Brasil busca formas de colocar sua economia em uma base mais diversificada, competitiva e sustentável para o longo prazo. E é exatamente aí que a Siemens pode dar suporte ao Brasil". 

Kaeser destac a que a digitalização está criando um novo cenário econômico e oportunidades em todo o mundo. "Fazemos negócios em mais de 200 países e clientes do mundo todo nos relatam como a digitalização está mudando paradigmas, como ela está remodelando seus negócios e o ambiente competitivo." Ele acredita que como a sétima economia mais rica do mundo e a mais forte na América Latina, "o Brasil está se tornando digital" e está pronto para dar o próximo passo para se tornar uma organização global mais competitiva.
 
Paulo Stark, CEO e presidente da Siemens Brasil, acredita que a digitalização pode ajudar a lidar com gargalos de infraestrutura e que a produtividade industrial tem o potencial de aumentar nossa competitividade. "A digitalização tem potencial para duplicar ou triplicar a produtividade brasileira, e nós temos uma oportunidade histórica para dar um grande salto em nosso desenvolvimento econômico", diz Paulo Stark. "Vemos em países como os Estados Unidos, o Canadá, a Alemanha e a China, uma integração de forças entre setores público e privado voltada ao aumento da competitividade. É essencial que o Brasil desenvolva a mesma discussão a fim de construir uma agenda nacional sobre isso", afirma Stark. 

“A tecnologia e a inovação permitem que uma fábrica na Europa ou na América do Norte, por exemplo, ofereça produtos a preços competitivos, quando comparados a muitas unidades fabris de países emergentes que utilizam processos tradicionais e mão de obra barata”, destaca André Felipe, diretor de marketing da Siemens PLM. “Como isso é possível? Com a digitalização de processos e eficientes soluções de automação que reduzem o desperdício e o tempo de produção, além de agregar valor e permitir a oferta de produtos diferenciados”, explica o executivo. 


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