Confiança cai ainda mais e pesa sobre atividade

Metalurgia (exceto ferro e aço), material de transporte e mecânica (exceto linha branca) são alguns dos segmentos com piores previsões para o indicador de emprego.

O mau humor revelado com a queda de 5,1% no Índice de Confiança da Indústria (ICI) em maio deste ano, na comparação com abril, com ajuste sazonal, tende a influenciar o nível de atividade nos próximos meses. Além da desaceleração que já atinge a indústria, parte dessa queda de confiança - divulgada ontem (28) pela Fundação Getulio Vargas (FGV) - pode ser resultante de questões pontuais, como o efeito de paralisações de produção não só por conta das manifestações, como também pelos feriados durante a Copa.

"Em junho dificilmente haverá recuperação porque há uma programação de paralisação de fábricas. Ainda que as expectativas aumentem no mês que vem, a percepção sobre a situação atual não é boa", diz Aloisio Campelo, superintendente adjunto de ciclos econômicos da FGV. Pelo quarto mês consecutivo, o indicador que mede as expectativas com a produção no curto prazo foi o que mais contribuiu para a queda de 5% do Índice de Expectativas (IE) em maio, na comparação com abril, com ajuste sazonal. Esse índice integra o ICI.

O indicador que mede as expectativas com a produção no curto prazo (próximos três meses) recuou 7% entre abril e maio, para 107,1 pontos. É o menor nível desde fevereiro de 2009, quando atingiu 100,3 pontos. Campelo lembra que a situação não é de "ultrapessimismo", que ocorre quando o indicador de produção prevista fica abaixo de 100, o que, diz, aconteceu somente em dois meses da crise internacional, entre 2008 e 2009. Mas esse sentimento subiu nos setores de minerais não metálicos, produtos de matérias plásticas, papel e celulose, química, têxtil e produtos alimentares.

Dentro do Índice de Expectativas, o indicador de previsão de emprego caiu 3,7% na passagem de abril para maio. "Isso revela pessimismo em relação a contratações nos três meses seguintes e demonstra que demissões podem acontecer", diz Campelo. Os segmentos com piores previsões para o indicador de emprego previsto são metalurgia (exceto ferro e aço), material de transporte, mecânica (exceto linha branca), vestuário e calçados (mais calçados) e produtos de matérias plásticas.


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