Indústria puxa o PIB

Indústria puxa o PIB

Apesar de terem estimativas diferentes sobre a taxa de expansão da economia no segundo trimestre do ano, a maioria dos especialistas ouvidos pelo Correio aponta o setor industrial como o principal impulsionador do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no período. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgará o PIB de abril a junho na próxima sexta-feira, e as previsões variam de 0,47% a 1,1% de alta em relação aos primeiros três meses de 2013. 
 
O economista Carlos Thadeu de Freitas Gomes, chefe da Divisão Econômica da Confederação Nacional do Comércio (CNC), prevê para a indústria um crescimento perto de 2% no segundo trimestre — bem acima da variação do PIB. “A produção industrial vai ter expansão maior que os investimentos, o comércio e os serviços”, afirmou. Ele estima que os investimentos deverão avançar 1,2%, enquanto o consumo das famílias, principal motor da economia na era Lula, vai ter um incremento de 0,8%. Para o ano como um todo, Gomes aposta em elevação de apenas 1,8% no PIB, abaixo dos 2,2% previstos pelo mercado.
 
No primeiro trimestre, a maioria das projeções era de que a economia tivesse uma expansão acima de 1%, mas o IBGE jogou um balde de água fria nos ânimos do mercado ao apresentar um resultado positivo de apenas 0,6%. Na época, a produção agrícola deu um salto de 9,7% e foi a principal responsável pelo desempenho do PIB. “No segundo trimestre, apesar da safra recorde, a agricultura não deverá ser o principal destaque ”, afirmou o economista Tiago Biscuola, da RC Consultores.
 
Importados
 
“A produção industrial, que tinha registrado queda anualizada de 2,6% em dezembro, já começou a trabalhar no campo positivo em junho, com alta de 0,2%, e poderá chegar até o fim do ano com ganho de 2,3%”, apostou Biscuola. Para ele, a valorização do dólar, ao estimular as exportações e tornar os importados menos atrativos, ajudará o setor a recuperar a produção. Apesar disso, ele é bastante pessimista em relação ao PIB, prevendo elevação de apenas 0,47% no segundo trimestre e de 2,1% — “com viés de baixa” — no ano. 
 
Um dos mais otimistas com relação ao desempenho da economia é Luiz Otávio de Souza Leal, economista-chefe do banco ABC Brasil. Ele prevê que, de abril a junho, o PIB terá um crescimento robusto, de 1,1%. Para 2013, a estimativa é de 2,3%, a mesma feita pelo economista-chefe do BES Investimentos, Jankiel Santos. “O comportamento positivo da indústria deverá acelerar em 0,6% no trimestre e será o impulsionador do PIB pelo conceito de oferta”, afirmou Santos. Ele também espera que o setor exportador dê uma boa contribuição ao resultado.
 
Por Rosana Hessel/ Correio Braziliense

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