Juros seguram a indústria

A alta da Selic e a inflação ainda elevada, que diminui a renda real dos brasileiros, são dois fatores que vão pesar contra o setor industrial no terceiro trimestre.

A alta da Selic e a inflação ainda elevada, que diminui a renda real dos brasileiros, são dois fatores que vão pesar contra o setor industrial no terceiro trimestre, segundo avaliação da Confederação Nacional da Indústria (CNI). "Juros e inflação reduzem a atividade e serão determinantes para o desempenho das fábricas nesse período", afirmou o gerente executivo de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco. 
 
A entidade divulgou nesta quinta-feira (8) dados mostrando que, apesar do ritmo fraco da economia, o faturamento do setor cresceu 0,5% em junho e 5,3% no primeiro semestre. No mês, houve ainda avanços menos expressivos nos itens horas trabalhadas, emprego e rendimento médio dos funcionários. A massa salarial, soma de todas as remunerações pagas, apresentou queda de 0,7%. 
 
Para Castelo Branco, a indústria deve ter desempenho "moderadamente melhor" no segundo semestre do que na primeira metade do ano. Mesmo assim, não deverá se expandir além de 1% em 2013. Ele atribuiu a disparidade entre o faturamento e o ritmo de produção à desova de estoques nos últimos meses. "Além disso, a indústria está com mais componentes importados, o que explica esse descolamento."
 
Segundo Castelo Branco, a taxa de câmbio atual tende a melhorar a competitividade dos produtos nacionais, mas esse efeito demora a ocorrer. 
 
Crédito rural terá mais R$ 30 bi
 
O governo mudou as regras da poupança rural com o objetivo de liberar até R$ 30 bilhões adicionais para o financiamento da safra 2013/2014. Há dois meses, foram anunciados R$ 136 bilhões para o setor. Pela lei, 67% do saldo da poupança rural deve ser direcionada ao crédito agrícola, com taxas de mercado. Como os bancos não conseguem cumprir a cota, parte do dinheiro fica parada no Banco Central. Agora, se emprestarem com os juros mais baixos previstos no Plano Safra, as instituições poderão aplicar livremente uma fatia do dinheiro depositado no BC.

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