Mercado mantém projeções para inflação e juros básicos em 2013

Para 2014, os analistas continuam a ver preços cada vez mais salgados

As expectativas do mercado financeiro para a inflação e para a taxa de juros em 2013 se mantiveram estáveis na semana passada. Para 2014, contudo, os analistas continuam a ver preços cada vez mais salgados.

De acordo com o boletim Focus, do Banco Central, a mediana das estimativas de analistas de cerca de cem instituições para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2013 estacionou em 5,71%. Na leitura em 12 meses, a mediana subiu ligeiramente, de 5,42% para 5,43%. Para 2014, a projeção subiu de 5,60% para 5,68%.
 
Quanto à Selic, os analistas mantiveram suas projeções em 8,50% para o fim de 2013 e também de 2014, as mesmas da semana anterior. Atualmente, a taxa básica de juros está em 7,25% ao ano.
 
Na semana passada, o Banco Central divulgou seu Relatório Trimestral de Inflação em que projetou a inflação, em seu cenário de referência, em 5,7% em 2013, de uma estimativa anterior de 4,8%. Para 2014, a projeção é de 5,3%. O BC fez a estimativa com base numa Selic de 7,25% ao ano.
 
No cenário de mercado, a projeção do BC para o IPCA subiu de 4,9% para 5,8%. Para 2014, ficou em 5,1%. Para a autoridade monetária, a trajetória de queda da inflação só ocorrerá no segundo semestre deste ano e, repetindo a última ata do Comitê de Política Monetária, o BC afirmou, em seu relatório, que a deterioração das expectativas de inflação é uma “fonte relevante de risco” para a trajetória dos preços.
 
Segundo o documento, as expectativas tendem a ser negativamente impactadas tanto pelo nível de inflação, quanto pela elevada dispersão dos aumentos de preços. “Em parte, essa piora no sentimento dos agentes se deve à ocorrência de aumentos de preços em segmentos com grande visibilidade, como alimentos e combustíveis”, disse o texto do Relatório. O comitê afirma que, numa perspectiva mais ampla, a percepção de inflação tem aumentado. BC também reafirmou que um risco importante para a inflação advém do mercado de trabalho.
 
Ana Conceição/ Valor Econômico
 

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