por
Carlos Eduardo de Sá Baptista | 15/10/2024
Notícias
Durante o congresso realizado pelo Instituto Aço Brasil no início de agosto, dentre todos os temas inerentes ao setor siderúrgico, a descarbonização e transição energética ocuparam destaques nas suas apresentações. Sabemos que, de todos os setores industriais, a siderurgia é uma das grandes demandantes intensivas de energia, seja diretamente na geração de calor ou como parte do próprio processo, tornando-se, assim, um setor com grandes emissões de carbono.
É óbvia a preocupação com o meio ambiente e com as alterações climáticas que vêm ocorrendo no planeta, causando danos principalmente às condições da vida humana. Muitos esforços para redução das emissões de carbono e o consequente controle da temperatura global estão sendo estudados, analisados, sugeridos, com metas, indicadores e prazos a serem alcançados.
À parte de toda essa preocupação, olhando para o outro lado que é também necessário à sobrevivência de todos nós, temos as indústrias que produzem bens, serviços, alimentos e tantos outros segmentos que precisam continuar existindo, gerando emprego e renda, comercializando seus produtos não só no mercado interno, como também no internacional.
E é nesse contexto que o Brasil leva imensa vantagem, desde que saiba gerenciá-la, não só com os compromissos com a redução das emissões de carbono, como também da ampla participação para demonstrar à comunidade internacional sua produção industrial com baixa emissão de carbono.
Hoje, já assistimos países que estão se utilizando de controle e certificação das emissões de carbono contidas em cada produto cujo origem seja fora de seus territórios ou sua comunidade como barreira comercial para suas transações internacionais.
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A indústria brasileira vem perdendo participação no crescimento do PIB, não só pelas condições econômicas internas (baixa renda per capita, falta de mão obra especializada, atualização tecnológica ainda atrasada, dentre outras tantas mazelas), mas também pela sua inércia em estabelecer suas próprias metas e ser protagonista de seu próprio crescimento e expansão internacional.
Existem oportunidades diversas de treinamento qualificado ofertado por sindicatos patronais e pelas federações que não estão sendo plenamente utilizadas pela indústria.
A busca por soluções tecnológicas, inovação, automação, precisa ser mais intensiva para redução de custos resultados de aumentos de produtividade e conquista de novos mercados.
Associado a esse crescimento, defesa comercial contra "barreiras ambientais internacionais" será fundamental, e temos também atuação possível com o apoio da CNI para divulgação e defesa da nossa produção, mas precisamos realmente formar uma grande coalisão industrial de divulgação das informações relevantes e adequadas dos nossos processos de produção, de fontes de energia limpa e renováveis.
É prioritariamente sobre essas vantagens competitivas naturais que a indústria precisa realmente reagir e se reinventar, contribuindo para o crescimento do país e da melhoria das condições climáticas do nosso planeta.
*Imagem de capa: Depositphotos.com
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Carlos Eduardo de Sá Baptista
Presidente do Centro Empresarial das Indústrias Metalúrgicas do Município do Rio de Janeiro.
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