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Caio Uribbe Castro    |   10/08/2016   |   Gestão de custos industriais   |  

Os grandes vilões dos custos: o layout ineficiente

Na terceira coluna da série sobre os maiores desperdícios encontrados nas pequenas e médias empresas brasileiras, vamos esmiuçar o que acontece quando o layout da empresa não favorece o processo produtivo.

Nesta série de colunas sobre os grandes vilões dos custos nas pequenas e médias empresas, já abordamos a necessidade de se definir um processo de compra de matérias primas e insumos, e também identificamos a necessidade de uma análise racional sobre como otimizar os processos de setup de máquinas. Agora que estamos mexendo nos processos da empresa, surge a questão: o arranjo do setor produtivo está adequado para os meus processos?

Os desperdícios por conta de um layout ineficiente nas empresas são enormes. O mais óbvio dos desperdícios é a perda de tempo. Seja ela devida à excesso de movimentação de pessoas, de matérias primas, de produtos, que transforma a empresa em um contínuo vai e vem de colaboradores, levando muito mais tempo para terminar uma atividade produtiva, e consequentemente diminuindo o lucro do negócio.

A esses aspectos mais fáceis de serem percebidos, somam-se diversas outras perdas relacionadas às dificuldades de se encontrar as ferramentas necessárias para se dar continuidade ao processo, pois elas misteriosamente somem na fábrica, uma vez que as atividades não têm lugares delimitados para serem executadas.

No que diz respeito à gestão e ao controle do processo, estas atividades se tornam muito mais difíceis de serem executadas, pois não se consegue perceber visualmente o que está sendo feito no chão de fábrica. Além disto, um layout não adequado quase sempre está associado à um processo onde não se tem uma definição dos parâmetros, metas e controles.

Portanto, podemos concluir que sim, é preciso pensar no layout da área fabril como um fator chave para o aumento da produtividade e consequentemente da eficiência da empresa. Este aumento obviamente se traduz em maior lucratividade, e portanto, no fim do mês, sobra mais dinheiro em caixa, garantindo melhores resultados.

Agora vocês devem estar se perguntando: Mas como saber se meu layout fabril está adequado? Bom, um olhar crítico sobre o arranjo físico de máquinas, equipamentos e postos de trabalho, associado à algumas perguntas chave poderão lhe ajudar. Olhe para a sua empresa e responda as seguintes perguntas:

  • Eu consigo ver o processo produtivo de uma forma contínua, sabendo o que já foi feito, o que está sendo feito, e quais as próximas etapas?
  • Eu consigo identificar um fluxo único de materiais até a finalização do meu produto acabado?
  • Os colaboradores precisam se mexer pelas diversas áreas da fábrica ao longo do dia, ou eles conseguem realizar todas as suas atividades produtivas em um mesmo lugar?
  • Cada setor produtivo está bem delimitado? E sinalizado?

Com perguntas como esta se torna muito mais simples identificar os maiores problemas do layout atual e gerar soluções de arranjo físico na sua empresa, que podem ser implementadas e melhorar consideravelmente os resultados do negócio.

O conteúdo e a opinião expressa neste artigo não representam a opinião do Grupo CIMM e são de responsabilidade do autor.
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Caio Uribbe Castro

Engenheiro Mecânico formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Atuou com Gestão de Processos no setor aeronáutico e, atualmente, trabalha focado em Processos de Melhoria de Gestão na empresa Valor & Foco.


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