Como Três Lagoas enriqueceu

por: Eduardo Kenji Agena

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Orientadores: Professor Geraldo Gurgel Filho

Ano: 2019

Instituições de ensino: Universidade Estácio de Sá

Páginas: 7

Idioma: Portugues

Notas:

Infográfico: A Expedição VEJA, quilômetro a quilômetro:
Os números revelam a transformação radical na economia do município. Em 2013, a cidade de 105.000 habitantes exportou 1,1 bilhões de dólares. Dez anos antes, haviam sido 7,6 milhões. A distância dos grandes centros urbanos foi compensada pelo fato de Três Lagoas ter uma posição privilegiada, porque está situada à beira do rio Paraná. Isso permite o uso do transporte fluvial, mais barato do que o rodoviário e o ferroviário. Daqui, também é possível chegar a cinco estados diferentes num raio de 280 quilômetros. Os empreendedores só abriram os olhos para essas vantagens depois que o estado e a prefeitura instituíram uma política de benefícios fiscais. As companhias que se instalam no parque industrial recebem gratuitamente o terreno com asfalto, luz e água, o que facilita a logística da produção. “As grandes empresas não vêm para o interior se não tiverem incentivo”, diz a prefeita Márcia Moura (PMDB). Com o programa de atração de empresas, a cidade viu sua população se elevar significativamente em um curto período de tempo. A renda per capita média cresceu 110,26% em vinte anos. Nos próximos meses, serão inaugurados em Três Lagoas uma faculdade de medicina e um hospital da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS). A geração de riquezas pelas indústrias incrementou o comércio. Desde 2005, uma norma local incentivou as lojas a funcionarem 24 horas por dia para atender os empregados dos três turnos das fábricas. A cidade de 110.000 habitantes tem unidades da lanchonete Bob`s, das lojas Americanas e vai receber em breve seu primeiro Shopping Center. Com a criação acelerada de vagas (apenas uma das fábricas de celulose responde por 30.000 postos diretos e indiretos), o município se aproximou do pleno emprego. Três Lagoas passou a atrair mão-de-obra de outras cidades e recebeu mais de 300 haitianos que hoje trabalham nas indústrias locais. Um dos imigrantes do Haiti é Chedelin Pierre, de 28 anos, que chegou há um ano e sete meses. Em duas semanas, antes mesmo de ter o domínio da língua portuguesa, ele já estava empregado. De lá para cá, o salário dobrou e chegou a 1.600 reais. Ainda é pouco para os planos de Pierre, que quer ser engenheiro, mas ele não se queixa:
“Foi um amigo que me indicou para vir para cá por causa da oferta de empregos. E não posso dizer que está ruim”, afirmou ele ao site de VEJA. Os treslagoenses também não.




Resumo

A economia do município, antes dependente da pecuária, passou a ter perfil industrial com a chegada de gigantes dos ramos da celulose, alimentícia, fertilizantes e de refrigeradores.Há quinze anos, a economia de Três Lagoas (MS) dependia essencialmente da pecuária e
agronegócio. Até então, o tamanho do negócio ou comércio local era suficiente apenas para atender uma pequena cidade do interior. Com mão-de-obra relativamente mal qualificada e instruída, a média salarial era de baixa renda. A cidade não tinha recursos naturais e materiais de grande valor e estava distante dos grandes centros urbanos. Parecia condenada a continuar dependente do setor primário, pecuário e agrário, como tantos outros municípios do estado. Hoje, ao caminhar por suas ruas, a Expedição Veja encontrou uma cidade que tem nas indústrias o principal motor propulsor de sua economia. A fabricante de biscoitos
Mabel foi a primeira a chegar, no fim da década de 1990. Depois veio a Metalfrio, que instalou na cidade a maior fábrica de refrigeradores industriais da América Latina, com produção anual de um milhão de unidades. Nos últimos cinco anos, as mudanças se aceleraram ainda mais com a chegada de duas grandes produtoras de celulose: a Fibria e a Eldorado, além da construção da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados liderada pela
Petrobrás que foi projetada para ter a capacidade de produzir 3.600 toneladas/dia de uréia, 2.200 toneladas/dia de amônia e 290 toneladas/dia de gás carbônico, mas que suas obras foram suspensas na porcentagem de avanço físico de construção de 81%, com início de construção em 2011 e obras suspensas em dezembro de 2014, quando a Petrobrás rompeu
o contrato com o consórcio que havia vencido a licitação para a construção, alegando descumprimento do contrato. Na época, a estatal já havia investido cerca de R$3,2 Bilhões no empreendimento. Essa fábrica construída e finalizada vai gerar milhares de empregos e
vai reduzir em mais de 50% a nossa dependência da compra de fertilizantes no exterior. Para
quem não sabe, fertilizantes nitrogenados são essenciais para a nossa agricultura e a nossa
pecuária.

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