Importação de bens de capital tende a subir em 2013

Para crescer 4% como prevê, o Governo terá que estimular a produção industrial, incentivando a aquisição de ferramentas e máquinas-operatrizes

O ano de 2013 deve trazer um pouco de alívio para os importadores de máquinas e ferramentas industriais. Para elevar o PIB brasileiro, que vem de um desempenho fraco em 2012, em torno de 1,54%, para os 4% previstos pela equipe econômica, o Governo terá que, entre outras medidas, incentivar a produção interna de bens de consumo. E, para atender o aumento da demanda, o industrial brasileiro terá, necessariamente, que ampliar ou renovar o seu parque de máquinas. “A série histórica dos últimos 13 anos permite afirmar que a cada 1% de crescimento do PIB, as importações de bens de capital crescem 0,81%”, afirma o economista e professor Otto Nogami.

Embora os dados de 2012 não sejam alentadores, mostrando o nível de produção geral em queda, assim como a indústria de transformação e de bens de capital, os gráficos das importações de bens de capital e de ferramentas industriais apontam para uma tendência de alta no próximo ano, em um movimento iniciado já em setembro passado. Ao mesmo tempo, as importações de partes e peças para bens de capital usados na indústria, na agricultura e acessórios apontam para baixo, numa tendência de queda.
 
Segundo Nogami, não existe correlação entre o aumento da produção nacional de bens de capital e o aumento da importação. Ao contrário, para cada 1% de crescimento no nível de fabricação interna destes bens, as importações de máquinas caem 20,7%.
 
“Identifica-se uma forte substitutibilidade no setor”, afirmou. A indústria nacional de máquinas perdeu competitividade, opera com desafagem tecnológica e amarga 15% de ociosidade este ano, devido à incerteza do industrial que prefere preservar o seu capital de giro e investir somente o necessário para continuar sobrevivendo. “Os custos de produção estão afetados e as margens foram consumidas. O industrial quer garantias para voltar a produzir”, disse.
 
Para o economista, a reativação da indústria nacional passa por uma decisão governamental, com a definição de uma política pública para o setor. “O Governo tem que dar o direcionamento, dentro de um planejamento de longo prazo”, afirmou.

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