Micro e pequenas indústrias crescem só 1% desde a crise global, diz estudo

Micro e pequenas indústrias crescem só 1% desde a crise global, diz estudo

O desempenho das micro e pequenas indústrias paulistas tem sido fraco e a sua recuperação da crise global segue a um ritmo muito mais lento que a das empresas de mesmo porte de outros setores. É o que mostra a pesquisa (IMPI) Indicadores da Micro e Pequena Indústria divulgada ontem (10). 

Enquanto o faturamento das MPEs paulistas cresceu 12,1% entre 2008 (início da crise) e o primeiro semestre deste ano (numa escala de 100 descontada a inflação), o faturamento real das MPEs da indústria paulista variou apenas 1% no mesmo período.
 
Os dados do primeiro semestre deste ano também mostram crescimento modesto da indústria. O faturamento médio geral das MPEs em São Paulo cresceu 7,6% em relação ao primeiro semestre de 2011. Já as micro e pequenas indústrias tiveram alta de 2,6%, na mesma comparação. 
 
O diretor superintendente do Sebrae-SP Bruno Caetano atribui o resultado à baixa competitividade das pequenas indústrias diante dos produtos importados. "Os produtos importados têm oprimido o crescimento da indústria paulista", disse. Por isso, segundo ele, elas não acompanham o crescimento do consumo como os demais setores: comércio e serviços.
 
Outro fator que, segundo ele, contribui para o desempenho modesto do setor é a falta de inovação. "Apenas 4% dos empresários pesquisados se declararam muito inovadores". 
 
Receita estimada
Em junho deste ano, as MPEs da indústria paulistas faturaram R$ 5,9 bilhões, apresentando um acréscimo de 2,8% (R$ 161 milhões) em relação a junho do ano anterior. No primeiro semestre de 2012, a indústria apresentou um aumento de 2,6% na comparação com o primeiro semestre de 2011, sendo responsável pela injeção de R$ 35,7 bilhões  na economia paulista.
 
A receita média por MPE em junho deste ano foi de R$ 38,7 mil no universo estimado de 151,2 mil empresas industriais.
 
Contratações são incertas
Ainda segundo o estudo, o cenário é de alguma incerteza para os próximos meses, em relação à intenção de contratar. Em junho de 2012, as MPEs da indústria paulistas registraram queda de 2,3%  do pessoal ocupado ante o mesmo mês do ano anterior (baixa de 25,9 mil vagas).
 
Ao longo do ano de 2012, o nível de pessoal ocupado nas MPEs da indústria paulista ficou abaixo do registrado em 2011 em todos os meses. Esse resultado é indício de que os proprietários de MPEs ainda estão cautelosos quanto a novas contratações.
 
Por Afonso Ferreira/ UOL

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