Dedini quer avançar em mineração

Entre as máquinas que a Dedini vai produzir, com desenho e tecnologia da Elecon, estão equipamentos para movimentação de minério, recuperadoras e empilhadeiras.

Tradicional fornecedora de equipamentos para o setor sucroalcooleiro, a Dedini Indústrias de Base, em Piracicaba (SP), trabalha para reforçar seu portfólio no setor de mineração. A companhia fechou um acordo com a indiana Elecon para fabricar, no Brasil, máquinas que a nova parceira vende há décadas no mercado global, sobretudo na Ásia e na Europa.

Com o intercâmbio de tecnologia, a Dedini vai fabricar, por encomenda, equipamentos desenvolvidos pela indiana e a Elecon fará o mesmo com máquinas agrícolas da companhia brasileira. De acordo com o presidente da Dedini, Sérgio Leme, o investimento será de cerca de R$ 2 milhões. A estratégia, segundo ele, será diversificar o faturamento. "O setor de bens de capital vive sempre uma oscilação muito forte entre investimentos e períodos de "seca". A melhor forma de trabalharmos é diversificar".
 
Entre as máquinas que a Dedini vai produzir, com desenho e tecnologia da Elecon, estão equipamentos para movimentação de minério, recuperadoras e empilhadeiras. Com o incremento no portfólio, a meta é dobrar a fatia da receita da empresa originada nas vendas de máquinas para mineração para 20% até 2020.
 
Atualmente, as máquinas que atendem à agricultura, principalmente os canaviais, seguem como carro-chefe da Dedini, com 60% do faturamento. Em segundo lugar fica o setor de alimentos e bebidas, que responde por 15% das vendas, seguida pela mineração, com fatia de 10%.
 
Leme afirma que a aposta em mineração é reflexo do potencial que o Brasil tem nesse setor, além de ser uma área boa para a empresa. "Temos sinergias importantes, pois fabricamos também equipamentos de siderurgia, e já temos clientes como Vale, CSN, Usiminas , Samarco e Anglo American."
 
A estratégia de focar na produção de máquinas fora do setor sucroalcooleiro se reforça justamente em um momento de baixa nos investimentos em 2012. No ano passado, a Dedini registrou faturamento na faixa de R$ 850 milhões. Com a queda nos pedidos, a perspectiva que Leme chama de "otimista e realista" é chegar a R$ 750 milhões este ano.
 
Por Ana Fernandes/ Valor Econômico