Metro-Schacman confirma fábrica em Pernambuco

Parque industrial receberá investimento de US$ 600 milhões

Agora é oficial: a Metro-Schacman, importadora de caminhões chineses fabricados pela Shaanxi Heavy Duty, escolheu Pernambuco para erguer a primeira fábrica da marca no Brasil. “O terreno foi escolhido na região do Semiárido, mas ainda não vamos revelar para evitar tumultos”, diz João Comelli, diretor de produto e sócio da empresa. O executivo informa que serão investidos US$ 600 milhões para construir um parque industrial, com cinco unidades fabris até o fim de 2013. “O complexo produzirá motores e transmissões da marca Weihai e ainda caminhões e ônibus chineses, além de equipamentos para construção civil”, detalha. 

No acordo firmado entre as partes, a Metro-Schacman investirá US$ 294 milhões, utilizando capital próprio e de possíveis investidores; os outros US$ 306 milhões restantes serão recursos dos próprios parceiros chineses. Inicialmente, a planta brasileira montará em sistema CKD (partes desmontadas importadas da China) cerca de 2 mil unidades/ano entre conjuntos e caminhões extrapesados. “A meta é superar a marca de 10 mil em um ano de operação”, planeja o executivo. 
 
No próximo dia 5 de maio, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, estará com uma comitiva na província de Shaanxi, na região central da China, para conhecer a fábrica da Shaanxi Heavy Duty Automobile, que produz 70 mil unidades por ano. Segundo o assessor direto do governador, Carlos Augusto Percol, na ocasião do encontro, os proprietários da marca chinesa deverão firmar um protocolo de intenções com o Estado. 
 
Sem medo do IPI gordo
No início de abril, a Metro-Schacman desembarcou no Porto do Recife, na capital pernambucana, um segundo lote com 99 unidades de caminhões chineses. Segundo Comelli, os veículos serão comercializados em 16 concessionárias da marca, inauguradas nos próximos dias. “Desde janeiro aguardamos esse lote de caminhões para iniciar a nossa operação no País”, diz. O empresário justifica o atraso pela espera do governo federal em sancionar o Decreto 7567, que criou o novo regime automotivo, com a concessão de crédito de IPI, só a partir de 2013, para empresas que decidirem fabricar veículos no País. “No fim das contas chegamos à conclusão que mesmo sob o impacto do decreto e do aumento do imposto em 30 pontos porcentuais, a operação é rentável”, garante Comelli. 
 
A cada dois meses, o executivo pretende importar 200 caminhões para abastecer a central de distribuição localizada em Pernambuco. O Porto do Recife deverá receber 1,2 mil caminhões em um ano de operação. Para agilizar a comercialização de seus produtos, a Metro-Schacman promoveu reestruturação na área comercial. Um novo diretor, Francisco Frare, que atuou na área de pós-venda na Iveco, assumiu a função há cerca de um mês, no lugar de João Capussi. 
 
A importadora vai comercializar três opções de cavalos mecânicos: seu carro-chefe no País será o TT 420 6×4, indicado para tracionar combinações de veículos de carga, e as opções TT 385 6×4 e TT 385 4×2. Durante a Fenatran, em outubro passado, Comelli confirmou que a marca chinesa importará os modelos LT 385 6×4 LorryTruck (cabina e chassi) e o DT 385 6×4 DumpTruck (basculante), na opção de 420 cavalos, mas não informou uma data. 
 
Também durante a Fenatran, Comelli explicou que os caminhões Shacman são feitos sob encomenda na Shaanxi. O empresário já utiliza os veículos em seus negócios de construção civil e mineração em Angola, na África. Para atender à legislação brasileira de emissões estabelecida pelo Proconve P7 desde o início deste ano, os modelos importados chegam com motores Euro 5 fornecidos pela Cummins, que fez a validação no Brasil. 
 
Por Luciana Duarte / Automotive Business

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