Medidas do governo argentino prejudicam entrada de ferramentas e autopeças

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) divulgou em comunicado na última quinta-feira (22) com dados sobre o comércio bilateral entre Brasil e Argentina, desde a entrada em vigor das barreiras comerciais impostas pelo país vizinho a partir de fevereiro. Há casos de licenças pendentes há mais de 500 dias, como no setor de ferramentas. As indústrias mais afetadas são das áreas de pneumáticos, com US$ 148,9 milhões em licenças pendentes; de calçados, US$ 41,7 milhões e de autopeças, com US$ 23,2 milhões em produtos retidos.

Entre as chamadas Licenças Não-Automáticas (LNAs) e as Declarações Juradas Antecipadas de Importação (DJAIs), as barreiras ultrapassam os 187 milhões de dólares em produtos retidos nos setores consultados. “Estamos muito preocupados com essa situação e vamos continuar liderando as negociações para encontrar uma solução que seja boa para os dois lados”, declarou o presidente da Fiesp, Paulo Skaf. Nos próximos dias, Skaf deve voltar a Buenos Aires, onde, em fevereiro, já havia se reunido com a cúpula econômica argentina.

“Os argentinos são nossos vizinhos e importantes parceiros comerciais, mas não podemos aceitar que a indústria brasileira seja prejudicada por medidas unilaterais. Vamos trabalhar juntos para manter a harmonia nas relações e preservar a integração regional, tão importante para o desenvolvimento dos dois países”, concluiu. O volume de exportações brasileiras caiu 17% em fevereiro de 2012 na comparação com o mesmo mês de 2011, excluindo o item energia elétrica. As vendas do Brasil para a Argentina foram de US$ 1,350 bilhão em fev/2012 contra US$ 1,618 bilhão em fev/2011.


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