Brasil chega à linha de frente em patentes

Depois de passar a Índia no ranking mundial que mede a inovação tecnológica no mundo, em 2011, o Brasil pode avançar este ano graças ao lançamento de projetos inovadores, como o Laboratório de Nanotecnologia e o Centro de Tecnologia para testes de protótipos de equipamentos submarinos para a indústria do petróleo, inaugurado no Rio.

O ranking, elaborado pela Confederação da Indústria da Índia, em parceria com a Organização Mundial de Propriedade Intelectual (Ompi), divulgado em 2011, coloca o Brasil na 47 posição, na frente da Índia, da África do Sul e da Rússia.

Na área de patentes, o Brasil também vem se destacando no mundo. "Estamos na linha de frente na área de patentes porque entre outras coisas agimos fortemente no sistema operacional de Tecnologia da Informação para ter acesso aos melhores bancos de patente do mundo, além de construir acordos de cooperação com os maiores escritórios do mundo", afirma Denise Gregory, diretora de cooperação para o desenvolvimento do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi).

De janeiro a dezembro de 2011, o INPI recebeu 30.088 pedidos de patentes, contra 28.052 solicitados em 2010. Para as marcas, o Instituto registrou, 140.815 solicitações até 15 de dezembro, contra 129.620 pedidos de marcas nos 12 meses do ano passado. De 2001 a 2010 o número de pedidos de patentes brasileiras na Europa passou de 190 para 520.

"Tudo isso é reflexo de investimentos em processos que não acontecem por acaso. Existe uma política consistente de valorização da ciência por trás dos resultados", afirma Denise.

A criação do Laboratório de Nanotecnologia e a construção de um Centro de Tecnologia para a indústria do petróleo são dois exemplos de inovação que podem fazer o Brasil subir mais posições no ranking mundial.

A norte-americana FMC, multinacional especializada na fabricação de submarinos para a indústria do petróleo lançou no Rio de Janeiro o seu terceiro centro tecnológico no mundo para testar protótipos em escala real de manifolds e árvores de natal submarinas.

As árvores são um conjunto de válvulas que regula e monitora a produção dos poços de petróleo e gás natural. A empresa está investindo R$ 200 milhões no Brasil, dos quais R$ 70 milhões foram gastos na construção do novo centro.

O centro de tecnologia da FMC tem capacidade para testar protótipos em escala real, com o foco nas novas demandas do pré-sal e tecnologias voltadas para o aumento do fator de recuperação na produção de óleo. Além disso, conta com engenharia especializada, laboratórios de pesquisa, desenvolvimento e qualificação de produtos.

No prédio da Engenharia, cerca de 200 profissionais da companhia se dedicarão ao desenvolvimento de projetos e pesquisa de tecnologias submarinas para exploração de petróleo e gás no país.

"Os sistemas no pré-sal serão cada vez mais dinâmicos e não poderão ser controlados da plataforma em situações como variações de vazão mais acentuadas, porque isso levaria muito tempo de resposta", afirma o vice-presidente de Tecnologia da FMC, Paulo Couto. Estas novas tecnologias poderão ser desenvolvidas e testadas na própria unidade.


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