Indicadores industriais mostram acomodação nos níveis de atividade

A divulgação dos "Indicadores Industriais" nesta segunda-feira, 8, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), trouxe vários números que apresentam sinais de acomodação nos níveis de atividade. Ou, como cita a CNI, "junho mostra menor dinamismo na indústria." O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) ficou em 82,3%, ante 82,5 em maio, considerando dados dessazonalizados. Segundo a confederação, o faturamento real foi o único indicador que cresceu em junho na comparação com o mês anterior, em 0,7%, também com dados dessazonalizados.

"Em junho, os resultados mostram mais os efeitos do aperto da política monetária e de crédito, que vem desde o fim de 2010, com as medidas macroprudenciais. E o ciclo de elevação dos juros que começou em janeiro", destacou o gerente executivo de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, em entrevista realizada nesta tarde. Ele citou, ainda, a valorização do câmbio, como fator que provoca uma perda de competitividade muito forte nos produtos brasileiros. "Principalmente na competição com as exportações, que são crescentes no nosso mercado", ressaltou. Ou seja, o resultado não tão positivo não conta com nenhuma eventual contaminação de problemas na economia internacional.

De acordo com a CNI, os indicadores setoriais demonstram "perda de ritmo". Dos 19 setores considerados, apenas cinco registraram queda do faturamento em junho, em relação a junho de 2010. No entanto, em sete setores a variação do faturamento foi menos intensa ou passou a ficar negativa, na passagem de maio para junho.

O destaque positivo do estudo da confederação foi o setor de "outros equipamentos de transporte" (que engloba, segundo a CNI, produtos como motocicletas e elevadores, entre outros itens), com o melhor indicador. Houve crescimento, na comparação de junho deste ano com junho de 2010, de 78,5% no faturamento, alta de 10,7% nas horas trabalhadas e elevação de 7,2% no emprego. Em situação oposta ficou o setor de têxteis, com queda de 11,5% no faturamento, de 3,2 pontos percentuais na capacidade instalada e de 4,3% na massa salarial, na comparação com junho de 2010.

Semestre
Na comparação do resultado acumulado do primeiro semestre deste ano com igual período do ano passado, houve uma elevação de 5,8% no faturamento real da indústria de transformação. As horas trabalhadas cresceram 2,7%, o nível de emprego cresceu 3,4%; a massa salarial subiu 5,3% e rendimento médio real aumentou 1,8%, informa a CNI. Já o nível de utilização da capacidade instalada do primeiro semestre deste ano foi de 81,9%, ou seja, 0,5 ponto porcentual acima dos 81,4% do primeiro semestre do ano passado (considerando dados sem ajuste sazonal).


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