EUA prometem reavaliar barreiras a produtos brasileiros, diz Skaf

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, afirmou nesta segunda-feira, após participar de reunião com o secretário de Comércio americano, Gary Locke, que os Estados Unidos se mostraram dispostos a rever as barreiras à entrada de produtos brasileiros em solo americano.

“O secretário Locke reconhece que é preciso buscar maior equilíbrio nas relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos e que há a necessidade de avaliações pontuais, como no caso do etanol. Existe a intenção de melhorar ao máximo as relações entre os dois países”, comentou Skaf.

Ele acrescentou que a visita do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ao Brasil é um sinal claro de que os americanos estão interessados em se aproximar do país. “E nós respondemos que queremos estreitar contato também”, complementou.

A reunião a portas fechadas durou aproximadamente meia hora e contou também com a participação de Fred Hochberg, presidente do Eximbank, o banco americano de fomento a importações e exportações.

De acordo com Skaf, Locke enfatizou o interesse dos Estados Unidos em ampliar as vendas de produtos americanos ao Brasil. A disponibilidade de uma linha de financiamento de US$ 1 bilhão para projetos de infraestrutura que preparem o Brasil para a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016 seria uma das ferramentas para promoção desse incremento.

“Os Estados Unidos estão defendendo os interesses deles. Cabe a nós defendermos os nossos”, ressaltou o presidente da Fiesp. Ele fez questão de lembrar que, em 2004, a balança comercial do Brasil com os Estados Unidos contabilizava superávit de US$ 8 bilhões, resultado que, no ano passado, já havia se convertido em déficit de US$ 8 bilhões. E, pelas suas contas, em 2011, o saldo negativo deverá subir para US$ 10 bilhões.

“Além disso, tivemos uma piora no perfil de nossas exportações. Hoje, estamos exportando mais commodities e menos manufaturados. Queremos vender mais manufaturados, que geram mais empregos”, pontuou Skaf.

A retomada da Rodada de Doha e a renovação do Sistema Geral de Preferências (SGP) também fizeram parte da pauta do encontro. Após a reunião, Locke e Hochberg saíram sem conversar com a imprensa.


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