Chegou a vez do Brasil, afirma BID

Fonte: IBS - 16/05/07

O presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Luiz Alberto Moreno, destacou que com os avanços do último ano o Brasil igualou o Chile, como um dos dois únicos países sul-americanos a alcançarem a Meta do Milênio fixada pela Organização das Nações Unidas. "O Brasil tirou da indigência metade das pessoas que se encontravam nessa faixa", elogiou Moreno, colombiano que derrotou por larga margem o brasileiro João Sayad na votação para escolha do sucessor do uruguaio Enrique Iglesias, ano passado.

A pergunta do XIX Fórum Nacional, organizado pelo ex-ministro do Planejamento João Paulo dos Reis Velloso, era "Chegou a vez do Brasil?", e o tema se estendia quanto à oportunidade para a geração de brasileiros que nunca viu o País crescer. Para Moreno, a resposta é um entusiasmado sim. Ele lembra que ano passado, pela primeira vez, o montante investido por empresas brasileiras no exterior, de US$ 26 bilhões, superou o investimento direto estrangeiro no País, de US$ 18 bilhões. "A Gerdau está com 17 usinas nos Estados Unidos, e ocupa o quarto lugar no ranking das siderúrgicas naquele país", lembrou.

O Brasil, para ele, domina toda a cadeia de etanol, não apenas o plantio de cana e as usinas de álcool. É forte nos equipamentos, nos implementos agrícolas para o setor, tem pesquisas promissoras em variedades de cana de maior teor de açúcar e conseqüentemente de energia. "O Brasil está exportando 100 mil automóveis flexfuel para os Estados Unidos e 50 mil para a Europa e o Japão. É o começo de uma história de sucesso longa e sustentável", previu.

Com todas esses avanços, o Brasil ainda tem muito que caminhar, e o BID pode ajudar em áreas críticas, como educação, habitação popular e geração de renda em áreas pobres. "O México tem 750 mil contratos anuais de empréstimos com base em hipoteca, contra 250 mil financiamentos habitacionais no Brasil, que tem o dobro da população de lá", exemplificou Moreno. O Brasil colocou praticamente toda a população em idade escolar no primeiro grau, mas metade das crianças, ao final das quatro primeiras séries, não lê e escreve nem faz contas com facilidade. "O desafio maior agora, e o governo sabe disso, é a educação com qualidade", alertou. (Cezar Faccioli)


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