Produção industrial registra queda em dezembro

Após um ano de forte atividade industrial, a produção do setor registrou uma queda em dezembro, informou nesta quinta-feira a CNI (Confederação Nacional da Indústria). O índice que mede a produção ficou em 44,7 pontos no último mês de 2010, ante 52,7 pontos em novembro. Pela metodologia da pesquisa, resultados acima de 50 pontos indicam crescimento, enquanto abaixo disso, retração. A escala vai de zero a 100 pontos.

A UCI (utilização da capacidade instalada) ficou em 48,2 pontos no último mês de 2010, o pior resultado do ano passado, e abaixo do usual para meses de dezembro. No quarto trimestre, o percentual médio de utilização da capacidade instalada ficou em 77%.

A evolução do número de empregados encerrou o quarto trimestre em 52,2 pontos, configurando o sexto trimestre consecutivo de alta. Contudo, o resultado apurado foi o pior desde o segundo trimestre de 2009.

O estoque efetivo se situou no nível planejado pela indústria em dezembro, ao registrar 50,1 pontos. Em compensação, no quarto trimestre, a evolução do nível dos estoques registrou ligeiro recuo, situando-se aos 49,2 pontos, que denota queda dos estoques.

Assim como no trimestre anterior, a indústria apontou como principal problema enfrentado no quarto trimestre a elevada carga tributária brasileira, seguida pela competição acirrada no mercado, falta de trabalhador qualificado, alto custo da matéria-prima e taxas de juros elevadas.

Em relação à situação financeira, o resultado da indústria brasileira segue satisfatório, de acordo com a CNI. A margem de lucro atingiu 49,2 pontos no quarto trimestre, um pouco abaixo do patamar considerado bom, embora a situação financeira tenha se situado nos 54,7 pontos. Já o acesso ao crédito ficou em 47,1 pontos, considerado difícil pela indústria.

2011
As expectativas para os próximos seis meses, referentes ao mês de janeiro (enquanto os dados referentes à atividade são relativos ao mês anterior, aqueles a respeito das expectativas referem-se ao mês corrente), apontaram que a indústria acredita em aumento da demanda, pois o indicador atingiu 58,1 pontos. Contudo, o otimismo é menor que o apurado em janeiro do ano passado.

As expectativas para a exportação ficaram em 49 pontos, indicando um certo pessimismo e espera de queda nas vendas externas. Já a expectativa sobre o número de empregados ainda ficou no patamar de crescimento de contratações, aos 53,2 pontos. Por fim, as expectativas para compra de matérias-primas ficou em 56,8 pontos.


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