Brasil cai 5 posições em competitividade

Fonte: IBS - 10/05/07

O Brasil perdeu cinco posições no ranking mundial de competitividade deste ano preparado pela escola de negócios suíça International Institute for Management Development (IMD) e apresentou desempenho negativo em quase todas as categorias. A posição brasileira no ranking de 55 países despencou do 44o lugar em 2006 para o 49o este ano.

A classificação é feita com base em 323 indicadores quantitativos e qualitativos das 55 economias mais industrializadas. Os dados são utilizados para demonstrar quais países têm melhor capacidade para atrair investimentos.

De acordo com o estudo, mais uma vez, como no ano passado, o governo brasileiro foi responsável pela perda de competitividade do País. "A carga tributária excessiva, o custo do dinheiro para a atividade empresarial, o excesso de burocracia e o mau uso do dinheiro público deixaram o Brasil em penúltimo lugar no aspecto eficiência do governo, um dos pilares que compõem o estudo", diz o professor Carlos Arruda, da Fundação Dom Cabral, um dos responsáveis pelo estudo no IMD. "Foi o pilar mais crítico."

Em infra-estrutura, o desempenho do Brasil também piorou - caiu da 46ª colocação para a 49a. "Além de problemas como o baixo investimento em estradas, ferrovias e logística, no aspecto da infra-estrutura educacional, tecnológica e científica o País ficou entre os últimos colocados, o que compromete seu futuro", diz.

O ranking mostra, pela primeira vez, além da posição dos países, a possibilidade dessas nações alcançarem o líder. Os Estados Unidos ainda ocupam o primeiro lugar na classificação, seguidos por Cingapura e Hong Kong. Segundo o estudo, 40 países estão crescendo e mantendo a competitividade em relação aos EUA, mas 15 estão perdendo fôlego. Entre os países do chamado Bric (Brasil, Rússia,Índia e China), o Brasil é o único, conforme o estudo, que está se afastando dos EUA. A China subiu do 18o lugar para o 15o no ranking de competitividade.

A Índia manteve a 27a posição, mas vem apresentando melhorias nos últimos dez anos, assim como a Rússia, em relação ao líder. O relatório observa que a cada dia surgem novas marcas e companhias em qualquer lugar do mundo e que a situação é considerada um desafio para as nações industrializadas.

Na avaliação da América Latina, o Brasil perdeu posição para o México, que ficou em 47o lugar. O destaque na região é o Chile, que está em 26o lugar. A Venezuela perdeu duas posições e foi para o último lugar. Todos os países europeus que nos últimos anos se planejaram para crescer tiveram resultados positivos no médio prazo, como Holanda, Suécia e Alemanha, observa Arruda. "É o que falta para o Brasil e que pode mudar se o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o Plano de Desenvolvimento da Educação (PED) forem levados adiante."

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