China cria novas tarifas à venda de aço para reduzir superávit

Fonte: Folha Online - 08/05/07

A China irá exigir licenças de exportação para 83 produtos de aço com o objetivo de reduzir as vendas ao exterior, depois de ter se tornado o maior exportador mundial do setor em 2006, informou nesta terça-feira (8) a imprensa oficial do país asiático.

As tarifas entrarão em vigor a partir de 20 de maio, com o novo sistema de licenças sendo aplicado apenas ao comércio geral, de acordo com uma declaração conjunta do Ministério do Comércio e da Administração Geral de Alfândegas, publicada no jornal estatal "China Daily".

A medida faz parte dos esforços chineses para controlar o crescimento de sua economia. No primeiro trimestre de 2007, o PIB (Produto Interno Bruto) da China cresceu 11,1%, acima da previsão do mercado de 10,3%.

Na ocasião do anúncio, a Bolsa de Xangai despencou e afetou mercados do mundo todo. O medo dos investidores na ocasião era que a China aumentasse as taxas de juros para causar o esfriamento da economia.

A China exportou 14,13 milhões de toneladas de aço no primeiro trimestre de 2007, representando um aumento de 33,26% em relação ao mesmo período do ano passado.

As estimativas de exportação para todo o ano de 2007 envolvem 57,3 milhões de toneladas, caso seja mantido o ritmo diário de vendas ao exterior dos primeiros três meses do ano.

No ano passado, a China dobrou seus valores referentes à exportação de aço ao vender 37,4 milhões de toneladas.

No último dia 15 de abril, Pequim decidiu anular a devolução fiscal do Imposto de Valor Agregado na exportação de 83 produtos de aço e reduzir essa devolução em 5% para outros 76 produtos, com o objetivo principal de fazer cair o elevado superávit comercial chinês.

O superávit atingiu US$ 46,4 bilhões nos primeiros três meses do ano, quase dobrando o valor de US$ 23,3 bilhões registrado entre janeiro e março de 2006.

Pequim espera que as exportações de aço sofram desaceleração no segundo semestre do ano devido às novas medidas governamentais de controle à exportação.

Também pode contribuir para uma eventual queda nas vendas ao exterior uma diminuição de 2,6% na demanda internacional, segundo previsões do Instituto Internacional de Ferro e Aço (IISI, da sigla em inglês).








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