O retorno do shot peening

Processo utilizado há mais de 4 mil anos volta a ganhar espaço no setor industrial, principalmente na área de jateamento

Imagens: Divulgação

Martelamento. É este o nome que o processo de shot peening poderia receber em português. Pelo impacto contínuo de milhares de esferas metálicas ou de vidro, em alta velocidade, cria tensões residuais na superfície da peça. O resultado é o aumento da resistência do material, eliminando a fadiga e corrosão. Em resumo, é um tratamento que aumenta a vida útil das ferramentas.

O shot peening é um processo de jateamento que está ganhando espaço na área industrial, por ser mais eficiente e ter melhor custo x benefício que a utilização da areia, cuja utilização na forma seca ou úmida está proibida por lei, por causar problemas de saúde.

Entre suas principais aplicações se encontram as peças submetidas a esforços cíclicos, como molas helicoidais e planas, engrenagens, barras de torção, coroas e pinhões de transmissão, além de partes e peças de aviões, brocas de perfuracão de petróleo e de mineradoras.

O processo pode até parecer recente, mas um exemplo típico do uso do shot peening data 2700 a.C, em Ur, onde o ouro era martelado para aumentar sua dureza. Outro exemplo, um pouco mais recente, já após 1100 d.C, é a utilização do processo para melhorar a resistência das espadas de ouro dos legendários que participavam das Cruzadas.

Abandonado por alguns séculos, os cientistas redescobriram o processo e passaram a utilizá-lo para o desenvolvimento industrial. Mas, ao invés do martelo se utiliza pequenas esferas, lançadas contra a peça, proporcionando um resultado similar. Atualmente, o shot peening é consagrado em vários países.

O processo está intimamente relacionado à melhoria das características metalúrgicas superficiais dos metais, resolvendo problemas de resistência à fadiga mecânica ou térmica, corrosão, rugosidade, porosidade, dureza, tensão residual, conformação, inspeção e outras questões vinculadas à fabricação de peças mecânicas ou estruturais.


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