Ventos promissores sopram no litoral gaúcho

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A EDP Renováveis do Brasil lançou nesta quarta-feira a pedra fundamental de um parque eólico no município de Tramandaí, no litoral norte do Rio Grande do Sul. Previsto para entrar em operação até o fim deste ano, o empreendimento terá capacidade de gerar 70 MW de energia, o suficiente para abastecer uma cidade com 200 mil habitantes.

O investimento, que será de R$ 350 milhões, consolida o litoral gaúcho como um polo de energia eólica. A cidade de Osório, a menos de 20 quilômetros de Tramandaí, também conta com um parque de grande porte para os padrões brasileiros. O empreendimento pertence à Ventos do Sul e tem uma capacidade instalada de 150 MW.

A EDP Renováveis já opera duas usinas eólicas em Água Doce, no oeste de Santa Catarina. Entretanto, o projeto de Tramandaí é o primeiro investimento considerado "grande" da empresa no Brasil. As usinas catarinenses, que começaram a operar em 2004 e 2006, geram um total de 14MW - apenas um quinto da capacidade do novo parque.

Na esteira do novo empreendimento, mais coisas estão a caminho. Miguel Setas, presidente da EDP Renováveis Brasil, revelou que já existem planos para a construção de um parque eólico em Santa Vitória do Palmar, no sul do Rio Grande do Sul, com capacidade de 81 MW. Por enquanto, contudo, a prioridade é colocar em operação o parque lançado hoje. "Nossa previsão é de que ele fique pronto até dezembro", afirmou.

Prova de que bons ventos estão soprando a favor do setor de energia eólica está na declaração de Ana Maria Fernandes, presidente mundial da EDP Renováveis. Segundo ela, a empresa está "em fase de expansão" no Brasil - e poderá, em breve, participar de novos leilões de energia eólica. "Investimento, capacidade de geração e preço são as variáveis fundamentais para se entrar em um leilão", explicou.

O parque eólico de Tramandaí terá 31 torres de aerogeradores, cada uma com 98 metros de altura (o equivalente a um prédio com mais de 30 andares) e pás de 40 metros de extensão. A energia anual gerada por cada aerogerador - que é de 2,3 MW - corresponde ao consumo de 6,4 mil pessoas. Os módulos das torres serão construídos em Sorocaba (SP) e montados em Gravatai (RS). A estimativa é de que sejam gerados aproximadamente mil empregos durante o período de pico das obras.