Recuperação é lenta, mas indústria dá primeiros passos

Abimaq divulga balanço do primeiro bimestre de 2010 da indústria nacional de máquinas e equipamentos 

Imagens: Divulgação

O balanço do primeiro bimestre de 2010, divulgado pela Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos) mostra que a indústria nacional de máquinas e equipamentos está se recuperando, apesar de ser uma melhora lenta, com faturamento ainda menor que o mesmo período de 2008, antes do agravamento da crise econômica mundial.

Após iniciar o ano em queda, o faturamento nominal deste setor da indústria cresceu 12,3% em fevereiro, em comparação a janeiro, e atingiu um montante de R$ 5,29 bilhões, segundo estudo do Departamento de Economia e Estatística (DEEE) da Abimaq. Quando comparado a fevereiro de 2009, o faturamento nominal apresentou um aumento de 23,5%. De acordo com Luiz Aubert Neto, presidente da entidade, esses números não são muito animadores, uma vez que 2009 foi um ano muito ruim. Se comparado com fevereiro de 2008, o faturamento do setor registrou queda de 14%.

No acumulado do bimestre, o valor chegou a R$ 10,0 bilhões, 20,8% maior que o acumulado no mesmo período de 2009 (que foi de R$ 8,27 bilhões). Se descontado a inflação do período, o acréscimo chega a 21,6%. Já o consumo aparente de máquinas e equipamentos - soma da produção e das importações menos as exportações - obteve elevação de 10,4% em relação a um ano atrás, fechando em R$ 13,8 bilhões ante os R$ 12,5 bilhões do primeiro bimestre de 2009.

O Gráfico a seguir mostra o desempenho do faturamento real da indústria de máquinas e equipamentos.



A seguir, o gráfico apresenta o desempenho dos subsetores da indústria de máquinas e equipamentos no período de janeiro e fevereiro de 2010 sobre igual período de 2009.

(% acumulado em 2010 comparado com 2009)

 

O único setor que registrou queda no faturamento do primeiro bimestre, em comparação com 2009, foi o de válvulas industriais. Entre os setores com maior crescimento estão: máquinas para artigos plásticos, máquinas e equipamentos para madeira e máquinas e acessórios têxteis.

Aubert também lembra que outro fator capaz de mostrar a recuperação do setor, é o aumento nas contratações. “Um outro fator a ser mencionado a favor da normalização da indústria de máquinas e equipamentos foi o incremento no nível de emprego. No mês de fevereiro de 2010, o setor voltou a empregar, apresentando crescimento de 0,7%, o que representa um total de 1.701 pessoas a mais, levando a um quadro de 238.532 pessoas. Em relação ao mesmo mês do ano de 2009, o incremento no emprego foi de 0,3% .Embora um tanto inexpressivos, os números começam a se elevar e mostram, mesmo a passos lentos, uma retomada do setor”.

Balança comercial - China é a ovelha negra
Em janeiro e fevereiro de 2010, o déficit da balança comercial do setor fabricante de bens de capital mecânico foi 15% superior ao resultado apurado no mesmo período do ano de 2009, passando de US$ 1,8 bilhão para US$ 2,1 bilhões. Neste período, o resultado das exportações brasileiras de máquinas e equipamentos apresentou desempenho 19% inferior ao resultado alcançado no mesmo período de 2009. Nas importações, foi registrado aumento de 1,1%.

O presidente da Abimaq reforça que o fator cambial e os elevados tributos aplicados no país prejudicam a indústria nacional não só nas exportações como na disputa com os importados pelo mercado doméstico, e são responsáveis por, no mínimo, 50% da perda de competitividade das empresas do setor, destacando mais uma vez a prejudicial "concorrência predatória" dos produtos chineses.

Em relação ao mesmo período de 2009, os dados do primeiro bimestre de 2010 mostram o crescimento de 53% das importações da China, que deve alcançar ainda neste ano a segunda posição entre os maiores exportadores de máquinas e equipamentos ao Brasil, ultrapassando a Alemanha.

Os maiores volumes de máquinas importadas registrados foram direcionados aos setores relacionados aos componentes para a indústria de bens de capital, representando 21,6% do total, e também ao setor de máquinas para bens de consumo, com 20,8% do total importado.

Os Estados Unidos são os maiores compradores de máquinas e equipamentos provenientes do Brasil, responsável por absorver 16,5% da exportação, em segundo lugar está a Argentina, com 12,1%.

Abaixo, a tabela com os principais destinos das exportações brasileiras.


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