Por que a Marcopolo está otimista

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Fabricante de ônibus aposta no ano eleitoral e na demanda reprimida para se recuperar de uma queda de mais de 18% na receita bruta de 2009.

O recuo de 18,7% no faturamento da Marcopolo em 2009 esconde um dado positivo. Apesar de a receita bruta ter encolhido quase R$ 400 milhões - fechando o ano em R$ 2 bilhões -, a empresa registrou lucro líquido 1,6% acima de 2008, encerrando 2009 com uma sobra de R$ 136,5 milhões no caixa. Mas esse é apenas um dos motivos que levam a diretoria da Marcopolo a apostar que 2010 será um ano de recuperação.

José Rubens de la Rosa, diretor-geral da fabricante de ônibus sediada em Caxias do Sul (RS), acredita que a partir de abril o fluxo de encomendas começará a tomar corpo. "Com a demanda reprimida, sempre se acumulam as necessidades de renovação de frotas, o que é muito bom para nós", afirma de la Rosa.

Menos afetado do que a maioria dos outros países durante a crise, o Brasil será o maior responsável pela retomada da Marcopolo. Segundo de la Rosa, a perspectiva é de que as prefeituras aproveitem o ano eleitoral para renovar as frotas de ônibus das cidades. "O orçamento da União já foi aprovado e o valor é suficiente para comprar 5 mil ônibus", diz de la Rosa.

Vale lembrar que o segmento automotivo ganhou um "empurrãozinho" do governo federal durante a crise. Na época, o BNDES ampliou de seis para oito anos o prazo de financiamento de ônibus, reduzindo a taxa de juros de 12% para 7% ao ano. Outro ponto que pesará a favor da Marcopolo - e de suas concorrentes, é claro - está em uma determinação recente da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). A entidade adiou para dezembro de 2011 a abertura de novas concessões para linhas rodoviárias interestaduais. Assim, as empresas que transportam passageiros ganharam mais tempo para operar - de quebra, começaram a encomendar novos ônibus.

No longo prazo, a Marcopolo pretende faturar alto com dois grandes eventos esportivos: a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016. Para o Rio de Janeiro, onde está localizada uma das quatro plantas brasileiras da empresa, a expectativa é grande: toda a frota de ônibus da cidade deverá ser substituída.


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