Empresa vai produzir peças para aeronaves

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A GME Brasil, subsidiária de um grupo italiano que há mais de 10 anos produz, em São José dos Pinhais, equipamentos para a Renault, está na fase final de implantação, no mesmo local, de uma nova divisão, a GME Aerospace Indústria de Material Composto. A planta, que já demandou investimentos de R$ 48 milhões, irá produzir peças e conjuntos para o setor aeronáutico e está prevista para começar a funcionar ainda este ano. Na última semana, a empresa anunciou o aporte de um crédito de R$ 16 milhões, liberados pelo Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE).

De acordo com o administrador delegado do grupo no Brasil, Walter Petruzziello, a fábrica deverá gerar 220 novos empregos, e chegar a cerca de 500 funcionários diretos quando atingir seu pico de produção, o que deve acontecer até novembro de 2011. "A estrutura já está edificada e estamos na fase final de instalação e de compra das máquinas", revela, destacando uma prensa de borracha, vinda do Canadá, e uma sala branca. "Como as da Nasa", brinca.

Petruzziello diz que a intenção da empresa é produzir peças principalmente para a Embraer. Para isso, ele informa que a companhia enviou 30 funcionários à fabricante brasileira de aviões, para certificação. Outra empresa com quem a GME Aerospace afirma ter uma parceria engatilhada é a francesa Eurocopter, que mantém no Brasil uma subsidiária para montagem de helicópteros, a Helibras.

Segundo o executivo, a distância entre as plantas das empresas a fábrica da Embraer fica no município paulista de São José dos Campos (SP), a 90 quilômetros da cidade de São Paulo, e a da Helibras está instalada em Itajubá, na região Sul de Minas Gerais não deve atrapalhar. Ele diz que a escolha por São José dos Pinhais se deveu ao fato do grupo já estar instalado no município, onde fabrica ilhas de montagem e robotizadas para a Renault do Brasil.

Apesar da crise ter afetado o setor aeronáutico, Petruzziello diz que o mercado de aviões e helicópteros ainda é "bastante promissor", principalmente, segundo ele, para jatos médios e executivos, que são produtos fabricados pela Embraer. "Esperamos que esse nicho não tenha problemas", diz, lembrando que as vendas no ramo continuam em expansão, havendo inclusive fila de espera para alguns modelos.

Crédito
De acordo com o diretor de Planejamento do BRDE, José Moraes Neto, o crédito de R$ 16 milhões que o banco está injetando na GME Aerospace serão usados na construção da planta para usinagem, confecção e acabamento de componentes metálicos, de compostos leves e de conjuntos prontos para a indústria aeronáutica. Os conjuntos são partes primárias de aeronaves, como portas, carenagens e estruturas de controle do avião como ailerons, flaps, empenagens vertical e horizontal, leme e profundor. "Isso irá capacitar o parque industrial paranaense em uma tecnologia de ponta e de precisão nas áreas de mecânica e de processamento de ligas metálicas especiais", declarou Moraes Neto na última semana, à Agência Estadual de Notícias.