Votorantim amplia produção em aço de olho na demanda

Olímpiadas e Copa do Mundo geram expectativa de aumento de obras de infraestrutura

Fotos: Divulgação

A expectativa de aumento da demanda por aço longo para obras em infraestrutura no Brasil, puxada pelos próximos eventos esportivos que serão sediados no País, é a aposta da Votorantim. A projeção é que dentro de três meses a indústria siderúrgica já esteja preparada para mapear quais investimentos serão necessários na cadeia para o atendimento da demanda que virá até 2016, ano da Olimpíada no Brasil, segundo afirmou o diretor superintendente da Votorantim Siderurgia, Albano Chagas Vieira.

"Vai ter muito investimento. Esse processo é gradual. As obras relativas às Olimpíadas devem começar de seis meses a um ano", salientou o executivo.

A companhia acaba de ampliar sua capacidade de produção em aço no País. Ontem, a Votorantim iniciou as operações de sua planta de aços longos em Resende (RJ), com capacidade para a produção de um milhão de toneladas do produto ao ano.

Mas a produção é ainda pequena se comparada com a líder nacional em aços longos - e segunda maior produtora do mundo, perdendo apenas para a ArcelorMittal - que produziu 19,5 milhões de toneladas em 2008.

No ano que vem, a unidade da Votorantim já estará operando com 70% de sua capacidade instalada. A nova planta irá praticamente dobrar a produção de aço da empresa no País, que já produz em Barra Mansa, também no Estado do Rio de Janeiro. Ali a capacidade gira em torno de 800 mil toneladas anuais de aço.

De acordo com o diretor-geral da Votorantim Industrial, Raul Calfat, a projeção é que a produção aumente gradativamente, "em função das obras de infraestrutura que começam a ser geradas", segundo ele.

O executivo ressaltou, ainda, que o aço começa a se tornar dentro do grupo um produto importante no portfólio da companhia.

Dentro desse contexto, a retomada do mercado para a cadeia siderúrgica, momento em que a unidade da Votorantim é inaugurada, também foi destacada pelos executivos da empresa.

"O ambiente é muito favorável e estamos confiantes no crescimento do mercado", completou Albano Chagas Vieira.

O aporte, de aproximadamente US$ 550 milhões, foi totalmente mantido mesmo com a crise. "Uma série de projetos foi postergada, mas esse [Resende] foi um que mantivemos o cronograma original", disse o diretor-geral, Raul Calfat.

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Questionado sobre a entrada de novas plantas siderúrgicas no País, o que elevará a oferta de aço nos próximos anos, o diretor superintendente da Votorantim Siderurgia não demonstrou preocupação. "A concorrência é saudável. Nós iremos monitorar. Agora temos que nos preocupar com o que é real", afirmou.

Em 2010, entrará em operação a Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), usina que está sendo construída no Rio de Janeiro pela mineradora Vale em parceria com a Thyssenkrupp.

Mas já com a expectativa para a necessidade de aumento de produção, a planta de Resende, que atualmente possui a capacidade de 600 mil toneladas de laminados, tem a possibilidade de ter sua produção acrescida em outras 400 mil toneladas, segundo afirmou Albano Vieira. Hoje, grandes projetos de infraestrutura já movimentam os negócios da companhia, que fornecerá para a construção da Usina de Jirau, no rio Madeira, as 130 mil toneladas de aço que serão utilizadas durante as obras.

A exportação será, ainda, um novo desafio da Votorantim Siderurgia. A empresa, que apenas atendia o mercado doméstico com a produção em Barra Mansa, contará agora com um excedente que será destinado ao mercado externo. "Há três meses criamos uma estrutura de exportação", disse Chagas Vieira. Atualmente, a empresa já vende para a Argentina e Colômbia, países onde já está instalada.

"Com isso estamos completando nosso portfólio nesses dois países", afirmou. Além das duas unidades no Brasil, a empresa também está instalada na Argentina e na Colômbia, que juntas fabricam cerca de 730 mil toneladas de aço bruto.


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