Anfavea: vendas atingirão 3 milhões de veículos este ano

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O Brasil deve comercializar este ano 3 milhões de veículos, incluindo caminhões e ônibus, com um avanço de 6,4% em relação ao ano passado. Esse volume inclui veículos nacionais e importados.

A produção total, no entanto, pode cair 5,2% em relação a 2008 e ficar no patamar das 3.050 mil unidades.

Aumento nas vendas, queda na produção: a explicação está no comportamento das exportações, que continuam derrapando sem sinais de recuperação a curto e médio prazo. Este ano nossas vendas de veículos a outros países devem ficar nas 440 mil unidades. No ano passado foram 735 mil. A diferença é de 40%.

As projeções são da Anfavea e foram apresentadas na segunda-feira, 6, durante a reunião mensal com os jornalistas.

O presidente Jackson Schneider recebeu a prorrogação do IPI reduzido como um fator importante para a normalização das atividades na indústria automobilística, mas destacou que um grande estímulo às vendas deve ser atribuído também à disponibilidade de crédito a juros mais baixos, com ampliação de prazos.

A inadimplência de 5,4% nos financiamentos, que representa mais de 90 dias sem pagamento, parece não preocupar muito a entidade. Na verdade, o índice inclui também a comercialização de veículos usados e os negócios feitos através de leasing - que estão se tornando mais frequentes e apresentam menor contribuição para a inadimplência, já que as garantias são maiores.

Recorde de vendas junho
A reunião da Anfavea com os jornalistas foi uma oportunidade para o anúncio de recordes. Junho foi o melhor mês da história do setor automotivo na área de vendas e terminou com chave de ouro. O dia 30 de junho registrou o maior número de carros vendidos em um único dia na história da indústria automobilística brasileira: foram mais de 15 mil unidades, para uma média diária de 14.293 unidades durante o mês (12.349 em maio).

A performance extraordinária em junho reduziu os estoques de veículos nas montadoras e nas concessionárias, que caiu do equivalente a 26 dias de venda em maio para 18 em junho.

O volume de licenciamentos no semestre foi de 1,45 milhão de unidades contra 1,40 milhão no mesmo período do ano passado, com uma evolução de 3%.

Exportações derrapam
As exportações de autoveículos e máquinas agrícolas somadas atingiram US$ 610 milhões em junho, crescendo 1,5% em relação a maio, mas recuando 52,7% em relação ao mesmo mês do ano passado.

As vendas externas acumuladas no primeiro semestre somaram US$ 3,370 bilhões, registrando uma queda de 51,1% em relação ao mesmo período de 2008 (US$ 6,895 bilhões).

Produção
Entre maio e junho a produção de veículos (também com caminhões e ônibus) avançou de 261,8 mil unidades para 283,9 mil unidades, crescendo 8,4%. A produção de junho, no entanto, recuou 8,2% em relação ao mesmo mês de 2008.

A produção diária em junho foi de 13.518 unidades este ano e de 14.722 unidades em junho de 2008.

A produção no semestre foi de 1.464 mil unidades, com um recuo de 13,6% sobre o primeiro semestre de 2008. A média diária no semestre foi de 13.655 veículos contra 11.900 no mesmo período de 2008.

O nível de emprego
O setor de autoveículos somou 105.084 postos de trabalho no final de junho. Houve uma queda de 803 empregos em relação ao mês anterior.

No setor de máquinas agrícolas havia 13.427 postos no final de junho, com um recuo de 63 empregos.

E 2010, como fica?
Para Jackson Schneider, 2010 pode ser ainda melhor do que 2009 para a indústria automobilística. Ele justifica: há muitos projetos em amadurecimento cujo efeito ainda não aconteceu. Os programas do PAC e a realização da Copa do Mundo no país são dois exemplos.

Há também uma expectativa de juros em queda, com maior disponibilidade de crédito. "É importante destacar a confiança entre a população como um fator de crescimento nas vendas de veículos" - afirmou o dirigente.

Ele acredita também em uma progressiva recuperação de mercados internacionais, especialmente o norte-americano. Dessa forma ganhariam as economia de todos os países que mantêm negócios com os Estados Unidos, trazendo indiretamente mais negócios com o Brasil.

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