Material ultra-resistente supera diamante

Nova técnica permite criar de forma fácil e barata material que risca diamante

Fonte: G1 - 23/04/07

 Pesquisadores nos Estados Unidos criaram um material ultra-resistente, o suficiente para arranhar um diamante, que pode ser fabricado de forma fácil e barata. O diamante é o material natural mais resistente conhecido, apesar de já existirem estruturas sintetizadas capazes de rivalizar com sua dureza. Porém, elas geralmente são muito caras, por terem de ser submetidas a altas pressões. O novo material foi feito sem precisar dessas condições, e poderá ser utilizado para cortar aço sem criar reações químicas, como acontece com o diamante.

A novidade é feita dos elementos químicos rênio e boro, e é parecida estruturalmente tanto com um metal quanto com um cristal. “Nós queríamos facilitar a forma como materiais super-resistentes são feitos”, explicou a “New Scientist” Sarah Tolbert, da Universidade da Califórnia em Los Angeles, que desenvolveu com Richard Kaner e outros colegas a nova abordagem.

Metais são difíceis de serem comprimidos, pois seus átomos carregam camadas densas de elétrons que repelem os átomos vizinhos. Por outro lado, os átomos de cristais firmes, como o diamante, têm ligações em direções bastante rígidas, tornando-os fortes e regulars, impedindo que sejam entortados, curvados ou quebrados.

A equipe encontrou uma maneira de incorporar as duas propriedades. Eles combinaram o rênio, um metal difícil de ser comprimido, com o boro, que forma ligações fortes com o rênio, para criar um material altamente resistente à compressão, e também com uma rígida ligação interna.

Para isso, os pesquisadores aqueceram e misturaram os elementos, adicionando uma grande corrente elétrica na mistura. Isso rapidamente os derreteu, formando algo regular, brilhante como metal, e também muito rígido. Sem a necessidade de submissão a altas pressões, a equipe acredita que o barateamento e facilitação da criação de materiais resistentes pode levar, em breve, ao surgimento de diversas novas abordagens.

Tópicos: