Distinguem-se dois métodos de fresamento, o frontal e o periférico, cada um com suas vantagens e desvantagens.

Quanto à relação entre os sentidos das velocidades de corte e de avanço, distinguem-se fresamento concordante e discordante.

Para fazer essa distinção, considera-se que a fresa apenas gira enquanto que a peça apenas avança contra a ferramenta. Esta é a situação mais comum no fresamento convencional.

  • Fresamento Periférico
  • Fresamento Frontal

Fresamento Periférico

No fresamento periférico (ou tangencial) a superfície fresada se encontra, de modo geral, paralela ao eixo da fresa. Também a profundidade de corte ap é significativamente maior que a penetração de trabalho ae.

No fresamento periférico concordante (ou apenas fresamento concordante), os sentidos das velocidades de corte e de avanço são, em média, os mesmos. A espessura do cavaco decresce durante a sua formação. Como mostrado na animação abaixo, a espessura do cavaco é máxima no início do corte e mínima no final (teoricamente zero). Assim, na saída do gume, ocorre o esmagamento de material e maior atrito entre o gume e a superfície de corte.

 

 

No fresamento periférico discordante (ou apenas fresamento discordante) ocorre o contrário. Os sentidos das velocidades de corte e de avanço são, em média, opostos. A espessura do cavaco cresce durante a sua formação. Neste caso, a espessura do cavaco é mínima no início do corte e máxima no final. Se ocorre fresamento discordante puro, como mostrado na animação abaixo, a espessura inicial é teoricamente zero. Assim, no momento da entrada do gume, não há corte, mas apenas o esmagamento de material. Consequentemente os esforços e a tendência a vibrações na ferramenta são maiores.

 

 

As vantagens do fresamento concordante, quando comparado com o discordante, são:

  • Menor desgaste e, como consequência, maior vida da ferramenta;
  • Melhor qualidade superficial;
  • Menor potência requerida para o corte;
  • A força resultante empurra a peça contra a mesa onde está fixada, reduzindo os efeitos de vibração.

Mas deve-se preferir o fresamento discordante nas seguintes situações:

  • Quando existe folga no fuso da mesa da máquina-ferramenta;
  • Quando a superfície da peça tiver resíduo de areia de fundição, ou for muito irregular ou o material for proveniente de procesos de forjamento.

Fresamento Frontal

No fresamento frontal, a superfície usinada é gerada pelo gume secundário e encontra-se normalmente perpendicular ao eixo da fresa. Ela também é plana, sem relação com o contorno dos dentes da fresa. A penetração de trabalho ae é consideravelmente maior que a profundidade de corte ap.

No fresamento frontal, ocorrem simultaneamente fresamento concordante e discordante. Tomando um dente em particular, primeiro ele se engaja em fresamento discordante. A espessura do cavaco que está se formando cresce até um valor máximo na linha que passa pelo centro da fresa e com direção igual à do avanço. A partir deste ponto o corte passa a ser concordante. A espessura do cavaco decresce até o gume sair da peça.

No caso de fresamento frontal em cheio, como mostrado na animação abaixo, tanto a espessura inicial e a final do cavaco são teoricamente zero.