Inovação garantirá sobrevivência industrial após crise

Fonte: InfoMoney - 28/10/08

O investimento em inovação é o que garantirá a competitividade das empresas nacionais no mercado que surgirá no pós-crise.

Com o intuito de sensibilizar o setor industrial para investir em novos produtos, serviços, processos e modelos de negócios, a CNI (Confederação Nacional da Indústria) lançará a Mobilização Empresarial para a Inovação, durante o 3º Encontro Nacional da Indústria, nesta terça e quarta-feira, em Brasília.

O evento reunirá cerca de mil empresários, dirigentes sindicais, presidentes das federações estaduais de indústrias e das associações setoriais que compõem o Fórum Nacional da Indústria, além de diversos ministros do governo Luiz Inácio Lula da Silva.

Brasileiro é inovador

O esforço inovador brasileiro é muito superior ao de qualquer outro país latino-americano, mas ainda é muito inferior ao apurado nos países desenvolvidos. De acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), as empresas brasileiras investem cerca de 2% do valor adicionado da produção em Pesquisa e Desenvolvimento.

Na outra ponta do ranking, o País é a Suécia, com 4,5%, segundo dados da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico). O México é o país latino-americano mais próximo do Brasil nesse ranking, com menos de 0,5%.

Em uma pesquisa do IBGE de 2005, um terço das empresas pesquisadas declarou que inovaram, isto é, criaram um novo produto ou processo nos dois anos anteriores. Foram pesquisadas 90 mil empresas. Desse universo, 20 mil declararam ter investido em torno de R$ 33,5 bilhões naquele ano. Além disso, 5 mil empresas declararam gastos em P&D de R$ 8 bilhões.

A inovação no mundo

O estudo anual Booz & Company Innovation 1000, realizado pela consultoria Booz & Company com as mil empresas mais inovadoras do mundo e divulgado na semana passada, por sua vez, indica que o investimento em inovação continua a crescer em todo o mundo.

No ano passado, as organizações investiram um total de US$ 492 bilhões em P&D, 10% a mais do que em 2006 e muito acima da taxa de crescimento de 6,7% registrada desde 1999. A maioria dessas empresas (91%) realizou suas atividades em P&D fora de suas matrizes, em diversos países.

A pesquisa revela também que as empresas multinacionais gastam, em média, 45% de todo seu orçamento em P&D nos seus países de origem. Já os outros 55% do montante são alocados em outros países, com o objetivo de utilizar capacidades específicas de P&D e aproveitar a proximidade a novos mercados e os insights locais.

Empresas brasileiras figuram no ranking das que mais investem em Pesquisa & Desenvolvimento. São elas: Petrobras (117ª colocada), Vale (140ª), Embraer (Empresa Brasileira de Aeronáutica, 314ª) e Copel (Cia Paranaense de Energia, 985ª).

O investimento das empresas nacionais em inovação teve um crescimento significativo entre 2006 e 2007, saltando de US$ 1,558 bilhão para US$ 1,910 bilhão. O Brasil representa 0,4% de todo o montante destinado a P&D pelas empresas pesquisadas.

Desafio

De acordo com o diretor de Operações da CNI, Rafael Lucchesi, o posicionamento da inovação no centro da política industrial do governo e a consolidação do alinhamento entre as lideranças públicas e privadas foi um importante avanço para o País.

Lucchesi lembrou que esse avanço permitiu a construção de um conjunto de incentivos, subvenções e financiamento diferenciados às atividades de P&D.

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