Etanol deve criar 12 milhões de empregos até 2030

Fonte: Estadão - 24/09/08
Foto: Divulgação

O etanol deve criar cerca de 12 milhões de novos empregos no mundo até 2030. Mas no Brasil, milhares de pessoas que atuam no setor ainda sofrem com salários e condições degradantes. Os dados são da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que alerta para as péssimas condições de trabalho que os cortadores de cana do Brasil enfrentam todos os dias e a renda estagnada. A entidade prevê uma consolidação do setor do etanol no Brasil nos próximos anos e o surgimento de sete grandes grupos no setor no País.

Os dados fazem parte de um relatório que a OIT divulgou nesta quarta-feira, 24, sobre o impacto das novas tecnologias ambientais para o emprego. Energias renováveis, entre elas o etanol, vão gerar 20 milhões de novos empregos até 2030 no mundo.

Na avaliação da OIT, a atual crise financeira deverá gerar uma desacelaração da economia mundial. Mas aposta que governos terão de buscar novos investimentos, para incentivar a retomada da economia e setor ambiental será um dos mais relevantes nesse processo.

As estimativas indicam que US$ 630 bilhões em projetos serão investidos no setor da energia renovável até 2030. Isso geraria também 2,1 milhões de postos e trabalho no setor da energia eólica e outros 6,3 milhões de empregos na energia solar.

Hoje, o Brasil é o país com o maior número de pessoas trabalhando no setor do etanol. Segundo a OIT, são 500 mil pessoas que dependem diretamente do produto. Nos Estados Unidos, são 312 mil, contra 266 mil na China. O biodiesel na Alemanha gera outros 95 mil empregos, contra outros 10 mil na Espanha.

Em 20 anos, o número de pessoas empregadas será multiplicada por dez e o Brasil continuará sendo um dos líderes. Mas a OIT quer garantir que esses novos empregos respeitem direitos trabalhistas e não sejam degradantes. Uma das preocupações com a expansão do etanol é o uso de trabalho semi-escravo nos canaviais. O próprio ministro do Trabalho, Carlos Lupi, em viagem por Genebra, admitiu que o uso de trabalho degradante existe no setor do etanol.